Equador pode superar Brasil como maior produtor de cacau da América Latina

O Equador, que cultiva cacau para chocolate desde os tempos pré-Colombo, está ultrapassando o Brasil enquanto maior produtor de cacau da América Latina após impulsionar a produção e oferecer programas de educação para os cacauicultores.

A produção de cacau do Equador em 2013 foi de 220.000 toneladas, 13% a mais do que em 2012. Segundo Ivan Ontaneda, presidente da Associação Nacional de Exportadores de Cacau do Equador (Anecacao), o país deve virar o quarto produtor mundial até 2015.

Equador, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC) e mais conhecido por sua produção de óleo de petróleo bruto e bananas, toma vantagem da demanda global crescente por chocolate para aumentar a produção e diversificar as exportações.

"Em termos de produção total, nós ultrapassamos o Brasil em 2013", disse Ontaneda. "Em 2015, estimamos que iremos produzir mais de 250.000 toneladas. Nós iremos nos tornar o quarto produtor mundial de cacau".

No Equador, onde fábricas de chocolate como a Nestlé, operam, as fazendas com rendimentos mais elevados estão impulsionando a produção de cacau, de acordo com um informe de dezembro da Organização Internacional do Café (OIC). Segundo a organização, uma vantagem do país é possuir também condições ideais de clima, que poderão ajudar a impulsionar a safra de 2014.

Os chocolates especiais feitos com os grãos de melhor qualidade do Equador também são beneficiados pela demanda na Ásia, na Europa e na América Latina, de acordo com Santiago Peralta, fundador da Pacari Chocolates. "Em termos de chocolate, o mundo agora respeita muito o Equador. Infelizmente, a produção de cacau de alta qualidade no Equador é limitada, então os preços para o cacau equatoriano tendem a subir".

Enquanto isso, a produção de cacau do Brasil, que era de 228.881 toneladas em 2012, caiu 15% no no passado, chegando a 194.382 toneladas, de acordo com o analista de mercado Thomas Hartmann. A vassoura de bruxa foi uma das responsáveis pela redução da produção na Bahia, maior estado produtor de cacau no país.

No entanto, Hartmann aponta que as perspectivas para o cacau brasileiro em 2014 são melhores e que o Equador não compete diretamente com o Brasil. "A produção de cacau no Equador não deve afetar o mercado brasileiro. A temperatura, até agora, foi muito amigável".

(Com informações da Bloomberg)