Suínos: SC espera por decisão americana

Publicado em 19/04/2010 09:54
Os próximos dois meses serão de expectativa para a agroindústria catarinense. Os Estados Unidos reconheceram Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação e abriram consulta pública para que produtores, indústrias e consumidores daquele país possam se manifestar sobre o assunto. Caso não ocorram protestos contra a medida nos próximos 60 dias, poderão ser feitos primeiros embarques catarinenses de carne suína.

A notícia, recebida ontem pelo governador Leonel Pavan, é motivo de comemoração dobrada. Além da possibilidade de os Estados Unidos comprarem carne suína de Santa Catarina, o reconhecimento americano pode embasar a decisão de outros grandes compradores, como Japão, Coreia e a exigente União Europeia.

O secretário da Agricultura, Enori Barbieri, lembra que o Estado produz, em média, 730 mil toneladas de carne suína por ano e exporta apenas 170 mil toneladas. A maior parte fica no mercado interno. Mas Barbieri ressalta que a fatia das exportações poderia aumentar sem comprometer o abastecimento de Santa Catarina. Ele defende que a fatia vendida para outros estados – 59% da produção – possa ser destinada para mercados internacionais, que são melhores pagadores.

Santa Catarina é o maior produtor de carne suína do país e o segundo maior exportador, atrás apenas do Rio Grande do Sul. A Rússia, que reabriu seu mercado no ano passado, é o maior comprador internacional do Estado.

Barbieri, no entanto, não acredita que os Estados Unidos, por serem um grande produtor, cheguem a comprar carne suína do Estado. Ele vê no reconhecimento americano mais um importante aval para que outros países passem a consumir o produto catarinense. Mais confiante, o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, acredita que os Estados Unidos podem sim comprar carne suína de Santa Catarina, o que garantia ganho de renda em toda a cadeia produtiva.

“Os Estados Unidos são os maiores exportadores do mundo, mas são muito comerciantes. Eles podem comprar carne suína catarinense tanto para o mercado interno deles como para revender.”

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