Estomatite vesicular pode ser confundida com febre aftosa

Publicado em 18/05/2009 13:46
Apesar de ter cura espontânea, doença preocupa e causa grandes prejuízos aos pecuaristas

Ela não é uma doença grave. Quando ocorre, atinge de 10% a 15% do rebanho, mas não exige medicações: os animais ficam curados depois de cerca de 15 dias.

Ainda assim, a estomatite vesicular, enfermidade causada por vírus, é preocupação constante entre pecuaristas e autoridades que cuidam da sanidade dos rebanhos bovinos do País. Por quê? A doença é uma zoonose (pode ser transmitida ao ser humano) e, por isso, quando se manifesta, provoca grandes prejuízos ao pecuarista. Além disso, seus sintomas são idênticos aos da febre aftosa, o que contribui para um certo estado de pânico, quando há ocorrência de um foco da doença.

No ano passado, a estomatite vesicular atingiu rebanhos de três Estados brasileiros: Mato Grosso, Tocantins e Goiás. Tocantins, especialmente, foi prejudicado com a proibição das exportações de carne bovina in natura para a Rússia. No caso de Goiás, a Rússia chegou a suspender as importações, mas, rapidamente, a medida ficou restrita ao município de Cavalcante, onde foram detectados focos da doença.

Mesmo quando a estomatite vesicular não causa problemas para a economia do Estado como um todo, ela provoca prejuízos. Quando ocorre um caso da doença, a propriedade é imediatamente interditada pelo órgão de defesa sanitária animal do Estado. A interdição é mantida por até 21 dias após a cura do último animal infectado.

Durante o período de interdição, não pode haver trânsito de animais e todo o leite produzido na propriedade deve ser desprezado. O gerente de sanidade animal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Willian Vilela, explica que as medidas são necessárias por se tratar de uma zoonose.

Willian diz que a estomatite vesicular se manifesta em focos esporádicos. Isso significa que pode se manifestar numa fazenda, mas não nas propriedades vizinhas.

Sem prevenção

A forma de transmissão da doença ainda não foi esclarecida. A hipótese mais consistente é que o vírus causador da doença se mantenha ativo em espécies da fauna silvestre e seja transmitido aos animais domésticos por mosquitos. É certo que a doença ocorre durante o período chuvoso e em regiões próximas a matas que apresentam alta umidade. Além dos bovinos, ela afeta também equídeos, suínos e alguns mamíferos silvestres.

A estomatite vesicular não exige medidas preventivas. Já existe vacina, mas ela nem chegou a ser produzida comercialmente. A baixa frequência não justifica a vacinação.

 

Fonte: O Popular

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