Cenário para avicultura de corte e suinocultura devem seguir favoráveis, apesar de custos mais altos com milho
Em análise divulgada pelo Itaú BBA, o equilíbrio entre os abates e a demanda por carne de frango e carne suína, além das exportações, trazem uma perspectiva favorável para os setores da avicultura de corte e suinocultura, mesmo em um cenário de preços do milho mais elevados.
Do ponto de vista dos custos de produção, o milho, ingrediente vital e comum na ração para as duas criações, tem como decisivos os meses de abril e maio (segunda safra). Até o momento, de acordo com a análise do banco, a previsão é de chuvas nas regiões produtoras, afastando o risco de alta exacerbada no preço das rações. Entretanto, um efeito de maior alívio para a nutrição dos animais deve vir no segundo semestre, com a entrada deste milho no mercado.
A oferta de suínos para abate está equilibrada com a demanda, assim como o abate de frangos, sem expansão desproporcional. O grande canal de escoamento das proteínas, as exportações, devem ser olhadas com atenção, já que há uma Guerra Comercial em curso, iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que mira no principal parceiro comercial do Brasil quando se fala em compra de carnes: a China.
“Com históricos laços comerciais com os EUA, o México é o segundo maior importador mundial de carne de frango, atrás somente do Japão e se aproximando da primeira colocação. Em 2024, os mexicanos importaram aproximadamente 900 mil toneladas dos EUA e 200 mil toneladas do Brasil. Na hipótese do encarecimento do produto dos EUA, o Brasil poderia capturar parte da demanda mexicana. Outros destinos das exportações americanas pouco acessados pelo Brasil são Cuba, Canadá, Guatemala e Vietnã”, apontou o banco.
Na esteira das exportações, a carne suína brasileira é considerada a mais competitiva, conforme explicam os analistas do Itaú BBA, e prevê aumentos de 2,2% na produção, chegando a 4,6 milhões de toneladas e 4,5% nas exportações, alcançando 1,6 milhões de toneladas. Isso renovaria os recordes atingidos pelo Brasil em 2024, e caso estas previsões se concretizem, o país será o único entre os cinco maiores players exportadores a ter crescimento em 2025.
Entre os importadores de carne suína, a União Europeia deve ter menor produção este ano, devido aos altos custos de produção e impactos da Peste Suína Africana (PSA). Na China, o consumo não tem previsão de crescimento, mas ainda assim há previsão de importação de 1,3 milhões de toneladas de forma geral, recuo pelo quinto ano consecutivo nas compras chinesas.
“Com este cenário, o Brasil deve ampliar sua participação na exportação mundial de 15% para 16% em 2025, sendo que, em 2020, era de 9%. Vale dizer que, a depender da magnitude das tarifas sobre as exportações americanas de carne suína ao México, Japão e Coreia do Sul, grandes importadores e ainda pouco acessados pelo Brasil, o cenário para os embarques brasileiros pode ficar ainda mais interessante”.
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