Proteína de aves é o futuro de carnes no mundo, segundo especialista
Perspectivas da produção de carnes, consumo e custos até 2050 foram apresentadas na primeira palestra da programação científica do 22° Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que iniciou nesta terça-feira (5), no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC). O especialista Osler Desouzart, bacharel em direito, com titulação superior em marketing e curso de gerência de exportação e importação, explanou sobre “Mercado de carnes no mundo”.
O SBSA é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até quinta-feira (7). Paralelamente, será realizada a 13ª Brasil Sul Poultry Fair. Os eventos são híbridos, com transmissão on-line ao vivo.
De acordo com Desouzart, nos próximos dez anos a China consolidará sua posição como potência econômica mundial, a Ásia será cada vez mais importante como mercado de demanda de alimentos e as Américas serão o principal fornecedor. “O Brasil depende da China para suas exportações e esta depende do Brasil para seu abastecimento, mas interdependência gera bons negócios”, frisou.
Para o palestrante, os Estados Unidos e o Brasil liderarão as exportações mundiais de grãos e carnes, porém, ele enfatizou que o Brasil deve priorizar a Ásia para seu agronegócio. Desouzart afirmou que os preços dos grãos de rações, principalmente milho e soja, permanecerão elevados este ano e provavelmente também em 2023. Por isso, investir em ciência e tecnologia é fundamental. “Vamos precisar produzir mais com menos, ou seja, a ciência e a tecnologia, que podem ser encontradas no SBSA, serão as bússolas do progresso”.
O especialista citou três grandes desafios que o agronegócio superou: a peste suína africana, a pandemia e a recessão econômica causada pelos lookdowns. “Aprendemos a conviver e superamos essas crises. Não faltou alimento e o setor continuou trabalhando”, enfatizou.
Segundo ele, a carne de aves será a mais consumida no mundo até 2050. “Os produtos de origem animal vêm ganhando mais espaço na alimentação humana”, frisou, ao acrescentar que o motivo do crescimento do consumo de aves não é o preço, como muitos pensam. Desouzart expôs que em 2018 a produção de frango foi registrada em 208 dos 214 países e territórios que reportaram a produção de qualquer tipo de carne. “O frango é acessível, disponível, fácil de encontrar, conveniente, versátil, fácil para o consumidor preparar e seu sabor é geralmente universalmente aceito”.
Além disso, o frango não sofre nenhuma restrição religiosa quanto ao seu consumo e é considerado uma carne saudável e com baixo teor de gordura. Mais produtos de frango foram colocados no mercado desde a década de 1990 do que todas as outras carnes combinadas. “Essa constante inovação viabiliza seu consumo várias vezes por semana sem monotonia para o consumidor”, realçou o especialista.
Desouzart destacou que além desses benefícios, as aves, especialmente os frangos, requerem menos recursos naturais na sua produção do que todas as outras espécies de animais terrestres. “Dispomos de 12% das águas renováveis do mundo. A Ásia e a África concentrarão 89% do crescimento demográfico até 2050 e essas regiões não dispõem de água suficiente para a migração da dieta de suas populações para maior ingestão de produtos de origem animal. A Ásia responderá por 62% do aumento do consumo mundial de carnes na próxima década”, disse, ao reforçar a importância desse mercado para o Brasil.
Ao fim da palestra, Desouzart lembrou de um quarto tsunami: a guerra entre Rússia e Ucrânia, que deve agravar a recessão econômica e o agro deve, mais uma vez, superar desafios. Porém, ele prevê que a China retome compras de forma mais acentuada.
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