Suinocultura independente: quedas nos preços fecham o mês de março em meio ao excesso de oferta
O mês de março termina nesta quinta-feira (31) com as principais bolsas de suínos registrando quedas nos preços. A exceção foi São Paulo, que manteve o valor estável. As lideranças apontam o excesso de oferta de animais no mercado, proveniente do descarte de matrizes para "enxugar" a produção ans granjas.
Conforme informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço do animal vivo ficou mantido em R$ 5,97/kg. O presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, aponta que a perspectiva para a próxima semana é de melhora, mas que no momento o mercado está pressionado por causa da diferença de valores entre o suíno vivo e o abatido. "Mercado pressioando e com muita especulação em cima do preço, também em função da oferta crescente pelo abate de matrizes para redução do plantel", disse.
No mercado mineiro, houve queda de R$ 5,80/kg vivo para R$ 5,50/kg, com preço sugerido, conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), já que não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos.
"O mercado brasileiro continua sofrendo com a oferta maior que a demanda. Em Minas Gerais é algo que acontece com mercadorias de dentro e de fora do estado. Para o correto diagnóstico dos fatos sempre é bom relembrar que o problema não é de consumo, é de oferta! Quando há concorrência para vender os preços caem. Quando a concorrência é para comprar os preços sobem", disse Alvimar Jalles, consultor de mercado da entidade.
Ele ainda aponta que, como foi ressaltado na reunião de Bolsa pelos participantes e pela Diretoria, não há culpados. "O que há são os eventos de mercado que nesse momento nos desfavorecem. O grave prejuízo dos produtores continuará levando à diminuição de oferta de suínos no Brasil".
Em Santa Catarina a queda foi de R$ 5,22/kg vivo, passando para R$ 5,15/kg vivo, de acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos. De acordo com o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi, "a situação está catastrófica pelo que se vê. Pesos mais baixos, mas grande comercialização. É triste chegar a este ponto e não ter a ajuda de ninguém. Produtor já perde R$ 300,00 por animal vendido", disse.
Nesta terça-feira (29) suinocultores independentes de Santa Catarina realizaram uma manifestação em Braço do Norte, distribuindo cerca de 8 toneladas de carne suína para a população para chamar a atenção de autoridades em um pedido de auxílio à atividade.
No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 24/03/2022 a 30/03/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 10,41%, fechando a semana em R$ 5,18.
"Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 5,03/kg", informou o reporte do Lapesui.
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