“O futuro da suinocultura está nas Américas”, afirma consultor
O consultor e especialista no mercado internacional de proteína animal, Osler Desouzart, traçou um panorama sobre o futuro do segmento, mais especificamente da produção e exportação da carne suína.
Desouzart, que inclusive será um dos palestrantes do United Pork Americas, destacou que o continente americano garantirá o excedente exportável de alimentos para a Ásia, que concentrará a demanda futura, o que, segundo ele, já é uma realidade. “Os Estados Unidos e o e Brasil vão liderar o mercado porque ambos os países geram excedentes da maioria dos grãos e produtos de origem animal”, disse.
De acordo com ele, países como o Canadá, México, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Paraguai, Uruguai e oportunamente a Bolívia, devem completar a importância das Américas, garantindo a produção, com alguns dos produtos necessários para o abastecimento na Ásia e na África. “Destaco que estes dois continentes terão 90% da população mundial aumentada até 2050”, afirmou Desouzart.
Europa
A Europa, explica Osler Desouzart, está criando obstáculos ao livre comércio, o que tem dificultado a participação do continente no setor de proteína animal. “A Europa precisa se convencer de que os ‘bons e velhos tempos’ acabaram e que devem mudar para produzir tecnologia e ciência. Os países em desenvolvimento não podem se ‘dar ao luxo’ de fazê-lo e é aí que a cresce a participação europeia. Os países europeus não aceitam que o futuro das exportações mundiais de alimentos esteja nas Américas. As exportações de carne, já foram inteiramente dominadas por eles até os anos 90, hoje pertencem às Américas. Por isso digo que o futuro da suinocultura pertence às Américas”, afirmou.
Ele ainda destacou o crescimento da importância da Bolívia no cenário americano. “A Bolívia pode se tornar um ‘novo Paraguai’. Os brasileiros estão comprando terras no país vizinho para plantar soja e milho e inevitavelmente migrarão para a produção de suínos e aves. ‘Vimos esse filme’ no Paraguai, que ainda não está com grande produção de suínos porque o Paraná é vizinho e extremamente competitivo, mas já existem empresas brasileiras e cooperativas paranaenses já operando no Paraguai”, afirmou.
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