Preço do frango no varejo: para felicidade do consumidor, altas não acompanham evolução do custo
Conforme o Procon-SP, em agosto passado o frango abatido resfriado esteve entre os três produtos da cesta básica dos paulistanos que registraram maior variação anual de preço. Em relação a agosto de 2020 ficou atrás, apenas, do óleo de soja, com aumento de 69,91% e do açúcar (+52,20%), pois aumentou 43,17% em um ano.
É triste dizer – pois este é o momento em que, frente à carência generalizada enfrentada pelos consumidores, o ideal seria manter a acessibilidade anterior – mas, se fosse acompanhar o custo de produção, o frango teria sido comercializado, em agosto passado, por algo próximo dos R$12,50/kg, ou seja, quase 20% a mais que o preço médio registrado.
Para chegar a esse valor foram tomados como preços básicos as médias registradas em 2019, exercício em que o custo de produção do frango ainda evoluía dentro de parâmetros considerados normais pois, então, o milho ainda não era commodity dolarizada.
Naquele ano, o custo de produção – conforme os levantamentos mensais da Embrapa Suínos e Aves – alcançou média mensal de R$2,85/kg, aumentando perto de 2% em relação a 2018. Já o preço do frango no varejo da cidade de São Paulo – conforme o Procon-SP – situou-se em R$6,75/kg, resultado que representou valorização anual de 18%.
Em 2020, somente no primeiro trimestre os preços pagos pelo consumidor do frango registraram evolução ligeiramente superior à do custo. Mas a partir de abril, com a confirmação da pandemia e o isolamento social, os preços do frango sofreram retrocesso, enquanto o custo seguia em ascendência contínua. E mesmo os preços do frango começando a se recuperar a partir de junho de 2020, foi impossível retornar à paridade anterior, pois os custos continuaram caminhando muito à frente.
Resumo da ópera: em agosto passado e comparativamente à média de 2019, o consumidor paulistano pagou pelo frango abatido valor 57%, índice inferior ao da evolução do custo, que aumentou 85%.
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