Futuros do suíno em Chicago atingem limite de baixa e ameaçam competitividade da proteína brasileira
Nesta quarta-feira (23) os contratos futuros do suíno magro na Bolsa de Chicago (CME) atingiram limite de baixa. De acordo com informações da consultoria Agrinvest, a queda nos preços no mercado norteamericano pode afetar a competitividade da carne suína brasileira no exterior.
O preço do suíno magro chegou a @ 104,52 ¢/lp, queda de 2,5% nesta quarta-feira, e de acordo com o reporte da Agrinvest, a baixa de hoje dá continuidade ao movimento de queda de quase 15% em relação ao pico atingido no dia 14 desse mês.
O analista da Agrinvest, Marcos Araújo, explica que isso pode exercer uma pressão de queda para que os países que comercializam a proteína no exterior continuem na briga por mercado. Apesar do limite de baixa atingido em Chicago, Araújo pontua que não há certeza se a China, principal comprador da carne suína brasileira, deva renegociar contratos, "mas é um risco".
A razão para que os contratos futuros de suínos tenham atingido o limite de baixa na CME é o aumento da produção interna nos EUA e a expectativa de menor demanda por parte da China, atualmente o maior importador global de carnes, conforme explica Araújo.
Nesta segunda-feira (21), de acordo com informações da Reuters, o órgão da indústria pecuária apoiado pelo governo da China emitiu alerta aos suinocultores chineses para que não entrem em pânico, já que os preços do suíno caíram ainda mais e os investidores continuaram a vender ações de grandes produtores.
Dados do órgão da indústria pecuária do gigante asiático apontam que os preços do suíno vivo caíram 65% desde o início do ano, com o aumento da produção nacional e grandes volumes de carne suína importada chegando ao mercado. Os preços para o mercado da suinocultura chinesa caem à medida em que o plantel se recupera da Peste Suína Africana; segundo mídias estatais, o rebanho de suínos da China cresceu 24% até o fechamento do mês de maio. Xin Guochang, funcionário do departamento de pecuária do ministério, em uma entrevista à televisão estatal, apontou que o aumento levou o plantel a "níveis normais para esta época do ano".
A recuperação da suinocultura chinesa preocupa, e nesta semana, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal, as exportações de carne suína fresca, congelada ou resfriada na terceira semana de junho (13 dias úteis, até agora), arrefeceram em relação ao ritmo obtido na semana anterior. Esta é a segunda semana seguida de recuo nos embarques.
Segundo o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado brasileiro está com o sinal de alerta aceso. "Há preocupações em relação ao comportamento comprador da China, já que os preços do suíno disponível e futuro estão derretendo", disse.
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