Frango vivo: a defasagem de preço em relação à principal matéria-prima, o milho
É corriqueiro – e, parece, todos se acostumaram com isso – um aumento de preço da gasolina lá na Petrobras (justificado pelo aumento do dólar ou pela valorização do petróleo) ser repassado imediatamente ao consumidor não só através do próprio combustível, mas também de inúmeros produtos do dia a dia, até os vindos dos “serviços públicos”.
Mas – mera curiosidade – como estaria o preço do frango vivo se a mesma praxe fosse aplicada a partir da evolução de sua principal matéria-prima, o milho?
O AviSite realizou breve exercício a respeito, partindo do preço médio, tanto do frango vivo como do milho – em 2019, ano em que a cotação média do frango foi de R$3,26/kg, enquanto a saca do milho alcançou valor médio de R$42,08.
Pois bem: se, desde então, o frango vivo tivesse acompanhado, na mesma proporção inicial, as elevações de preço do milho, estaria chegando, neste início de maio, a valor em torno de R$8,13/kg. Mas, embora negociado pelo valor recorde de R$5,20/kg, permanece com defasagem de preço superior a 35%.
Notar que esse índice decresceu de abril para maio. Mas em decorrência, apenas, da valorização que o frango vem obtendo neste início de mês. Quanto ao milho, nada mudou: segue em alta contínua, batendo recordes de preço dia após dia.
Em relação à média registrada em 2019, o milho se encontra, no momento, com um valor quase 150% superior. Já a valorização do frango vivo não chega a 60%. Ou seja: apesar dos recentes avanços, o setor ainda está longe de obter uma remuneração mais compatível com os custos.
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