Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul emite nota de preocupação com escassez de grãos
A Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul, suas entidades membros, Asgav, Sipargs e associados expressam e reiteram por meio desta nota, profunda preocupação com a situação do mercado e abastecimento de grãos (milho e soja) no Estado do Rio Grande do Sul.
Historicamente, o estado já é deficitário na produção de milho para atender as demandas dos setores de proteína animal e outros, situação que obriga estes potenciais consumidores buscarem o grão em outras unidades da federação e até mesmo em outros países. Não obstante, a pandemia trouxe entraves e gerou um distúrbio na economia e mercado de grãos e por consequência potencializou altas fora da normalidade no mercado de milho e soja, gerando impactos desastrosos nas mais variadas atividades produtivas. O setor já havia passado por crises e supervalorização deste mercado, mas nada se compara com a atual situação que vem provocando angústia, desespero e interrupção em atividades de estabelecimentos produtores de aves, ovos e outros.
O momento é crítico e necessita de uma atenção especial por parte dos governos Estadual e Federal e também dos próprios produtores em relação aos níveis de produção. Temos uma produção de grãos no Brasil que pode atender muito bem a demanda interna e externa, mas é preciso atenção. Recentemente, recebemos informações sobre a Ucrânia que visando equilibrar a situação do suprimento interno do milho adotou algumas medidas para garantir abastecimento e evitar um salto nos preços internos, mas não precisou proibir totalmente as exportações de grão.
Outro fator que merece destaque e também divulgado recentemente é sobre países como Arábia Saudita e outros que buscam a autossuficiência na produção de aves e outras proteínas, tendo sustentação no milho importado. Isso merece atenção e reflexão de nossos governantes. Abastece e fortalece um lado e desestrutura ou acaba com o outro! Os setores de aves, ovos e suínos recentemente por meio de sua entidade nacional e também buscando apoio de seus parlamentares ligados ao agro, reencaminharam pleito à Ministra da Agricultura solicitando medidas de contingência da atual crise para evitar danos piores e irreparáveis nas atividades de produção de aves, ovos e outras que dependem do milho. O pleito já havia sido encaminhado no início de dezembro do ano passado e como não obteve resposta foi reapresentando agora em 22 de janeiro do corrente destacando e reiterando as medidas emergenciais e temporárias necessárias para amenizar a situação, tais como:
- Criação de um cadastro antecipado das contratações de exportação de milho e soja;
- Suspensão Temporária da Cobrança de PIS/COFINS sobre importação de Milho e Soja;
- Linhas de Crédito para Armazenagem/Financiamento de Armazenamento;
- Fim dos entraves para importação de variedades de milho e regulamentações determinadas pela CTNBio, grãos estritamente para ração animal.
Ante a este cenário, entendemos que estas medidas de contingenciamento e temporárias podem amenizar a atual crise, e evitarem em um futuro próximo a redução drástica de empregos e atividades rurais, férias coletivas e até mesmo a redução significativa na produção de alimentos.
Apelamos para que o governo se sensibilize com este pedido, pois tais medidas não irão decretar danos ao plano econômico do governo e tão pouco aos produtores de milho e soja.
2 comentários
Preços do frango congelado e resfriado registram alta superior a 6% na primeira quinzena de novembro
Preços dos suínos independentes mantêm estabilidade nesta semana, mas tendência é de alta com a chegada do final de ano
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
Preços dos suínos sobem em véspera de feriado com demanda firme e estoques reduzidos
Com sazonalidade e feriados, cotação do frango no atacado paulista registra avanço de 9,4% na primeira quinze de novembro/24
Volume exportado de carne suína alcança 59,4 mil toneladas até a terceira semana de novembro/24
Roque Rutili Palmeira das Missões - RS
O setor consumidor de milho se mantem sem política de garantia de produção, sempre apostandoueq o agricultor pague a conta. Vamos andar juntos, fixando preço justo ao produtor de milho, com contratos de preço futuro quando o milho começa a ser plantado, e em quantidade suficiente para o mercado interno.. paguem o preço, e parem com a ganância de explorar o agricultor que, por vários anos, perdeu dinheiro plantando milho sem cobrir sequer os custos de produção... se oferecerem fixações de preços adequados nós plantamos mais milho ... desde que vcs, compradores, se comprometam a pagar preço justo...
Merie Coradi Cuiaba - MT
Os granjeiros, criadores e demais consumidores de milho e soja precisam se organizar e planejar melhor, fazendo compras antecipadas e dentro de suas necessidades. Problema é que sempre apostaram na queda dos preços dos grãos, ai só compravam da mão prá boca. O mercado mudou, e eles precisam antecipar suas compras, igual fazem os criadores internacionais. Fazer reserva de mercado para o produtor interno não dará certo, só desregula o mercado. Os grãos são produzidos aqui no Brasil, portanto, eles tem preferência, mas tem que comprar e não só esperar o preço cair.