Frango, ovo, milho e inflação em maio de 2020 e na vigência do real
Como seus preços retrocederam 6,64% em abril, o milho voltou a registrar – na vigência do real – evolução inferior à da inflação. Por enquanto, porém, por margem mínima, já que a diferença a menos é de apenas 21,84 pontos percentuais.
Não é o caso do ovo que, mesmo obtendo reajustes pelo terceiro mês consecutivo, fechou abril a uma distância de 224,53 pontos percentuais da inflação do real, com uma valorização de 440,13%.
Surpreendentemente, porém, desta vez a situação do frango é bem pior. Pois, ao registrar redução de preço de 10,15% em abril e de quase 18% em 12 meses, o produto encerrou o primeiro quadrimestre de 2020 com uma valorização de 386,67% no real.
Em outras palavras, o frango vivo registra perda de quase 280 pontos percentuais, o que significa que – tivesse acompanhado a inflação – teria sido comercializado no mês por valor próximo de R$4,60/kg. Mas alcançou pouco mais de 60% desse valor.
O mais interessante, porém (vide gráfico abaixo), é que o ovo fechou abril com uma evolução de preço superior à do frango vivo.
Não chega a ser fato inédito, mas é raro. Nos últimos 18 anos o frango registrou preços que, em média, ficaram 82,1 pontos percentuais acima dos do ovo. E, nesse período, em apenas duas ocasiões os preços do ovo tiveram evolução de preço superior à do frango: por seis meses consecutivos em 2017 (ano em que o frango enfrentou os efeitos da Operação Carne Fraca) e em março de 2018. Desta vez, mais um dos efeitos da Covid-19.
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