Milho: poder de compra do frango (vivo ou abatido) no menor nível em mais de 10 anos
Em 2020 o frango – tanto o vivo como o abatido – vem registrando o menor poder de compra desde 2010 em relação ao milho.
Considerados os pouco mais de 100 primeiros dias do ano (isto é, até a primeira quinzena de abril), uma tonelada de frango vivo adquiriu 3,301 toneladas de milho, enquanto o mesmo volume de frango abatido adquiriu 4,350 toneladas do grão – quantidades quase 30% inferiores às do ano passado.
Mas as quedas se tornam muito mais agudas quando comparadas ao melhor momento do período analisado, o de 2013. Pois agora o poder de compra é quase 40% menor tanto para o frango vivo como para o abatido.
Vale anotar – apenas como curiosidade – que a diferença no poder de compra entre frango vivo e abatido vem recuando no decorrer da década. Assim, enquanto em 2010 uma tonelada de frango abatido adquiria volume de milho 44% superior ao adquirido com uma tonelada de frango vivo, em 2018 o volume extra caiu para 24%.
É verdade que em 2019 e neste ano a diferença voltou a aumentar. Mas só aparentemente. Porque, desde o ano passado, a cotação do frango vivo comercializado no interior de São Paulo (base da presente análise) tem sido apenas um referencial sobre o qual se aplicam descontos variáveis conforme as necessidades e interesses das partes negociantes – comprador e vendedor. Em decorrência, é certo que a capacidade de compra do frango vivo se encontre muito aquém das 3,3 toneladas ora apontadas.
No momento, por exemplo, ainda que o milho enfrente um processo contínuo de baixa (preços recuaram cerca de 13% nos últimos 30 dias), uma tonelada de frangos vivos já não adquire sequer 3 toneladas do grão. Provavelmente, é o menor poder de compra da história.
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