Preço do frango vivo retrocede, a um só tempo, em São Paulo e em Minas Gerais
Ontem, 12, tanto no interior paulista como em Minas Gerais, as cargas de frango vivo levadas à comercialização encontraram um mercado incapaz de sustentar os preços que vinham sendo praticados. Em resumo, nas duas praças a cotação-base retrocedeu de R$3,30/kg para R$2,25/kg, queda que não impediu a continuidade de negócios por valores inferiores.
De certa forma, o retrocesso era previsível - sobretudo em São Paulo – devido ao comportamento do frango abatido. Assim, após iniciar o mês com pequena valorização em relação ao fechamento de fevereiro (+2,33% se considerado o produto resfriado negociado no Grande Atacado da cidade de São Paulo), a ave abatida manteve o novo preço (R$2,35/R$2,45/kg)por apenas uma semana. Depois, retornou aos preços registrados no final do mês anterior.
Frente à ausência de reação em pleno período do pagamento de salários, os abatedouros integrados procuraram preservar o seu mercado. De que forma? Reduzindo os abates e colocando no mercado independente as aves vivas excedentes. Assim, o mercado que já operava com certa folga, viu crescerem as disponibilidades no decorrer da semana.
Aos valores básicos atuais (isto é, sem considerar os negócios efetivados com desconto), o frango vivo de São Paulo ainda registra valorização mensal de 1,5%. Mas o de Minas Gerais (que, um mês atrás, foi negociado a preços que, nominalmente, representaram um recorde histórico) enfrenta desvalorização superior a 7%.
Como, em termos anuais, o produto paulista registra variação de pouco mais de 3% e o mineiro de 1,5% (preços atuais contra os preços da mesma data de 2019), ambos perdem da inflação acumulada no período (IPCA) que, embora em queda, agora se encontra na casa dos 4%.
Pior, porém, é a violenta redução do poder aquisitivo do avicultor frente ao seu maior fator de custo. Pois – aos valores atuais e comparativamente à média de março de 2019 - enquanto o preço recebido pelo frango vivo evoluiu de R$3,23/kg para R$3,25/kg (ou seja, pouco mais de meio porcento), sua principal matéria-prima, o milho, alcança preços até 40% superiores.
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