Cereais de inverno na alimentação animal continua em pauta em SC
Reuniões e debates sobre possibilidades de produzir cereais de inverno para transformar em ração para alimentação de suínos e aves continuam em pauta no estado de Santa Catarina. Na última semana, dia 03, aconteceu o segundo encontro do ano de 2019, com o secretário de agricultura e pesca do estado, Ricardo de Gouveia. Estiveram reunidos com o secretário, representantes das cooperativas – por meio da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), além de representantes da indústria e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarnes).
Juntos eles buscam soluções para suprir as demandas de ambos os setores produtivos. Nesta última reunião foram alinhavadas novas providências para implantação de um programa de incentivo ao plantio de culturas de inverno em Santa Catarina, uma forma de oferecer mais matéria prima para produção de ração animal, já que a principal fonte – o milho está cada vez mais escasso. “A agroindústria precisa de alternativas para suprir a escassez alimentar dos animais, assim como o setor do agronegócio busca incentivos para fomentar à produção de cereais de inverno. Para obtermos resultados, é preciso essa sensibilidade do governo e a união dos dois setores – agronegócio e agroindústria. Dessa forma, poderemos encontrar juntos, maneiras para suprir parte dos problemas enfrentados no agronegócio e na agroindústria”, comenta João Carlos Di Domenico, presidente da Cooperativa Agropecuária Camponoense (Coocam) e vice-presidente da Fecoagro. Neste projeto, o camponovense representa o setor cooperativista por meio da Federação.
Os debates – envolvendo a participação direta de representantes da agricultura, agroindústria e do governo, assim como a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fecoagro – iniciaram há mais de dois anos, por meio de reuniões e fóruns com discussões de possíveis alternativas para sanar o problema da cadeia produtiva catarinense.
Propostas
Conforme Ivan Ramos, diretor executivo da Feacoagro, neste último encontro, foram encaminhadas algumas propostas relacionadas ao tema em evidência “A Fecoagro e as cooperativas que atuam nas áreas com aptidão para o plantio de trigo participariam do processo no fornecimento dos insumos aos agricultores, incentivando o plantio, desde que haja remuneração ao produtor compatível com os custos de produção. Atuariam como sistema troca-troca, onde o agricultor levaria os insumos e devolveria em produto na colheita, com preço pré-fixado no plantio. As cooperativas receberiam o trigo ao preços pré-ajustado no plantio, desde que fosse garantido o repasse às agroindústrias consumidoras do produto para fabricação de ração”, disse Ivan completando que a secretaria de agricultura do estado, em parceria com a Fecoagro, apoiará a Embrapa para aperfeiçoar pesquisas que confirmem que o trigo pode substituir em parte, o milho na produção de ração. A secretaria deverá subsidiar seguro das lavouras, com até 50 mil hectares, uma forma de reduzir os custos de produção.
Como não há tempo hábil para colocar os projetos em prática nesta safra de inverno, para o próximo ano será preciso ajustar os interesses e áreas pretendidas. A secretaria de agricultura do estado defende que as agroindústrias precisam tornar rotina incluir produtos de inverno (trigo, aveia, cevada ou triticale) como parte das suas necessidade de grãos na produção de ração, independentemente de problemas esporádicos de abastecimento de milho. As agroindústrias presentes manifestaram interesse nos cereais de inverno para ração animal, desde que os preços não sejam superiores ao praticado com o milho.
Na reunião, o secretário Ricardo de Gouveia se comprometeu realizar reunião com a Epagri e a Embrapa para acertar um programa de pesquisa de sementes adequadas para fabricação de ração. A próxima reunião geral está agendada para dia 07 de agosto. Devem participar todas as entidades integrantes da cadeia; as agroindústrias e as cooperativas interessadas no plantio de trigo.
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