Estabelecimentos suinícolas estão ameaçados na Argentina com entrada de carne dos EUA
O presidente da Associação Argentina de Produtores de Suínos (AAPP, na sigla em espanhol), Juan Uccelli, criticou o aval para que a carne suína dos Estados Unidos ingresse na Argentina, após 26 anos sem negócios entre os dois países.
Depois de vários meses de negociações, os países terminaram de entrar em acordo sobre um protocolo sanitário para a comercialização. Até o momento, o Brasil vinha abastecendo mais de 93% da carne importada pela Argentina. A importação cobre, segundo estimativas, mais de 10% do mercado.
"Será um desastre para a produção nacional. De 4600 estabelecimentos que existem de criação de suínos, 2000 poderão desaparecer", disse Uccelli. Segundo o presidente, o setor emprega 38.000 pessoas.
Uccelli lembra que os Estados Unidos enfrentam a doença da síndrome respirátória e reprodutiva (PRRS) em suínos, o que afeta a produção. A Argentina é livre essa doença. Embora o risco de transmissão pela carne seja baixo, uma vez instalada essa doença poderá trazer sérios efeitos para a produtividade. Enquanto o Canadá e a Dinamarca deram garantias de que os suínos enviados para a Argentina não possuem essa enfermidade, os Estados Unidos não pôde dar.
Recentemente, a carne suína dos Estados Unidos também foi colocada entre os produtos a serem taxados em 25% pela China, de forma que o preço por quilo do suíno vivo nos Estados Unidos caiu de US$1,40 para US$1.
"Essa é uma mensagem interna para os produtores dos Estados Unidos, porque a China poderá ser fechada, mas se abre a Argentina", avaliou Uccelli.
Tradução: Izadora Pimenta
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