Cotações do suíno vivo têm queda generalizada na semana
O excesso de oferta tem derrubado os preços do suíno vivo. De acordo com os pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) o mercado tem sido pressionado pela contínua entrada de animais das agroindústrias no mercado independente, o que "dificulta o ajuste na oferta e, conseqüentemente, o controle dos preços".
O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou queda em quatro praças das cinco pesquisadas. A maior perda ocorreu em Minas Gerais, onde a bolsa recuou R$ 0,10, terminando cotado a R$ 2,10/kg. Em seguida vem o Paraná, com desvalorização de R$ 0,05, ficando em R$ 2,00/kg. (Confira o gráfico).
“O mercado está abalado com a indefinição política e sem previsão sobre o que pode ocorrer neste semestre. Hoje o país está com quase 14 milhões de desempregados, fator que interfere no consumo interno”, diz Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).
O presidente da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, também destaque que "o mercado de carne suína sofre os efeitos macroeconômicos do país, ao mesmo tempo, a questão da carne bovina leia-se: JBS estão impactando diretamente na oferta, demanda e conseqüentemente nos preços".
"Para o curto prazo, fica a expectativa de como se comportará a demanda, visto a proximidade com o início do novo mês. No entanto, o mercado deverá seguir fraco", diz a analista da Scot Consultoria, Juliana Pila.
No varejo, a competição com outras proteínas tem reduzido o volume de vendas de carne suína. Conforme demonstrou preocupação, Lorenzi, afirma que os brasileiros deverão consumir menos carne suína em 2017 por optarem pela carne de frango, que está com preços mais atrativos aos consumidores.
Entre 1º e 28 de junho, a carcaça especial da Grande São Paulo teve média de R$ 5,87/kg (contra R$ 5,81/kg em jun/13).
Exportações
Ao menos o setor tem uma notícia para comemorar. As exportações de carne suína 'in natura' se recuperaram na quarta semana do mês. Os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, apontaram um crescimento de 25% no volume embarcado, se comparado ao mesmo período do mês passado.
Até a quarta semana de junho [16 dias úteis] as exportações totalizaram 38,2 mil toneladas, com média diária de 2,4 mil. Esse resultado representa avanço de 25,7% frente maio e, queda de 1,6% em relação mesmo período de 2016. E embora ainda os números mostrem recuo frente ao ano passada, é importante ressaltar a redução significativa neste percentual.
Em receita os dados são ainda mais positivos. Com saldo de US$ 101,8 milhões, as vendas externas neste mês ficaram 24% acima de maio/17 e 23% frente ao ano passado.
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