Suíno vivo: Queda nos preços faz produtores trabalharem no vermelho
Refletindo o fraco ritmo das vendas internas e externas, os preços dos cortes suínos estão em queda, que por sua vez, acabaram pressionando os valores do suíno vivo pagos ao produtor.
Segundo levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, nesta semana houve queda em seis das oito praças pesquisadas. Percentualmente a maior queda ocorreu no Mato Grosso, onde a cotação recuou 6,19%, ficando a R$ 3,18/kg. Em seguida vem Santa Catarina com perda de 8,11% do valor e deixando o suíno vivo cotado a R$ R$ 3,40/kg. (Confira o gráfico).
Já no atacado, a carcaça especial recuou 3,2% em uma semana, sendo cotada a R$ 5,86/kg na Grande São Paulo, apurou pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
No Paraná, os produtores sentem dificuldade em escoar a produção. Com consumo interno lento, os frigoríficos reduziram os abates, afetando principalmente, os independentes.
Em entrevista a rede RPC, o suinocultor independente, Jorge Rambo, conta que está com mais de 1.200 suínos acima do peso ideal, que há três semanas deveriam ter sido comercializados.
O excesso de peso além de aumentar a oferta de carne, também encarece o custo de produção. Segundo Rambo, hoje ele comercializa o suíno a R$ 3,10/kg, enquanto os custos chegam a R$ 3,35/kg.
Em Santa Catarina o cenário é parecido. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Lozivanio Luís de Lorenzi, conta que os produtores estão amargando prejuízo de R$ 20 a R$ 30 na comercialização dos animais.
"Sabemos que os produtores não estão conseguindo vender por mais de R$ 3,10/kg, ao passo que os custos giram em torno de R$ 3,40/kg", ressalta Lorenzi.
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Integração
A queda nos preços do animal vivo também é observada na integração. Segundo informou o presidente da Aurora, em conversa com jornalistas, a agroindústria pretende anunciar queda superior a R$ 0,10 no valor pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor integrado, nos próximos dias.
"Acontece que estamos com excesso de oferta no mercado, e não conseguimos competir", diz o presidente da Aurora, Mário Lanznaster.
Exportações
As exportações - que até o início do ano eram uma importante válvula de escoamento -, também começaram a declinar nos últimos meses. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços os embarques de carne suína 'in natura', na parcial de junho - sete dias úteis - está abaixo do mesmo período do mês passado e, também, do ano passado.
Neste mês foram embarcados 10,8 mil toneladas, sendo a média diária de 1,5 mil/t. Esse resultado representa queda de 18,5% frente a maio e, 36,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em receita as exportações totalizaram US$ 29,5, sendo 17,5% abaixo do mês anterior e, 18% menor que em 2016. Já o preço médio, no entanto, subiu 1,2 em relação a maio, ficando em US$ 2,723,3.
Abates
O abate de suínos no 1º trimestre de 2017 (10,46 milhões de cabeças) teve queda de 3,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas aumento de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2016. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado na quarta (14).
Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 26,8% da participação nacional, seguido por Paraná (20,8%) e Rio Grande do Sul (19,3%).
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