Importação e queda de consumo seguram preço do leite em Santa Catarina
Em razão da queda de consumo e da importação de leite, o preço pago pelas indústrias aos produtores rurais catarinenses se mantém estável. O Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite) reuniu-se em Joaçaba na última semana para definir os valores de referência para o mês de maio.
Os valores projetados para o leite entregue em maio e a ser pago em junho aumentaram apenas 0,42%, ficando em R$ 1,3504 o leite acima do padrão; R$ 1,1743 o leite padrão e R$ 1,0675 o leite abaixo do padrão. Esses valores (por litro) se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.
O presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC) Adelar Maximiliano Zimmer atribui a queda de consumo à taxa de desemprego e aos problemas da economia brasileira.
Outro fator que está impactando a remuneração dos produtores é a balança comercial dos lácteos. No mês passado, o Brasil exportou 6 milhões de dólares em leite e importou 47 milhões de dólares, deixando o mercado doméstico fortemente abastecido. A maior parte do leite importado é originário do Uruguai (65%) e da Argentina (30%).
Santa Catarina é, agora, o quarto produtor nacional, o Estado gera 2,9 bilhões de litros ao ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 8,3 milhões de litros/dia, mas, a capacidade industrial está estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.
EXPANSÃO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina foi o único Estado entre os principais produtores de leite do Brasil a apresentar crescimento na produção em 2016. Enquanto a captação de leite pelas indústrias no Brasil diminuiu 3,7% no último ano, em Santa Catarina o crescimento foi de 3,82%. O maior produtor do país, Minas Gerais, teve redução de 5,21% na captação de leite nas indústrias; no Rio Grande do Sul a produção foi 6,84% menor do que em 2015; e no Paraná a queda foi de 3,32%.
Os números divulgados pelo IBGE se referem à captação de leite cru pelas indústrias inspecionadas, o que representa 76% do total produzido. A estimativa é que a produção de leite do Estado gire em torno de 3,2 bilhões de litros, incluindo o leite consumido pelas famílias rurais e na alimentação de animais. Nos últimos 12 anos, o crescimento na produção de leite em Santa Catarina foi superior aos 10% ao ano. No mesmo período, o Brasil teve um crescimento médio de 4% por ano.
A possibilidade de participação dos pequenos produtores, o consórcio com a suinocultura e avicultura e a capacitação técnica proporcionada pelo SENAR/SC fortalecem a atividade. Fatores como o clima, assistência técnica, fertilidade do solo, adoção de forrageiras mais produtivas, intensificação do uso de milhos híbridos, estrutura minifundiária, o relevo, o clima temperado, predomínio das raças Holandesa e Jersey e a vocação para a atividade explicam o sucesso da pecuária leiteira barriga-verde.
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