Frango vivo: Mercado fecha estável nesta 6ª, porém competitividade no atacado pode favorecer o consumo
As cotações do frango vivo no mercado independente fecharam mais uma semana sem alteração de referência. Sem registrar modificações desde o final de agosto, o setor enfrenta um longo período de estabilidade que contraria as expectativas para o quarto trimestre.
Tradicionalmente, os últimos meses do ano são marcados por um bom desempenho da demanda, visto que o pagamento dos décimos terceiros salários, abonos salários e férias, tendem a ser revertidos em consumo de proteínas. Neste ano, porém, o fraco desempenho do consumo vem limitando as altas das aves vivas - assim como as demais proteínas.
De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o desempenho acabou ficando aquém do esperado, considerando o maior apelo ao consumo durante o período da primeira metade do mês.
O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou estabilidade nesta semana. Em São Paulo a referência completa a décima semana de manutenção em R$ 3,10 o quilo. Já em Minas Gerais a cotação permanece em R$ 3,30/kg.
Novembro também tem sido um mês fraco para o frango no atacado. Depois de atingir recordes nominais em outubro, os preços recuaram, ampliando a competitividade frente as demais proteínas.
Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), "a carne de frango está custando 5,57 reais a menos que a bovina, ante uma diferença de 5,49 reais em outubro. Em relação à carne suína, a de frango também está mais competitiva", declaram os analistas do Centro.
Esse fator pode impulsionar o consumo da carne de frango nas últimas semanas do ano, podendo dar fôlego as indústrias em pagamentos maiores pela matéria prima.
Exportações
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgados nesta segunda (7), na parcial de novembro [três dias úteis], o Brasil exportou 56,4 mil toneladas de carne de frango 'in natura', registrando média diária de 18,8 mil toneladas/dia. Esse resultado representa um avanço de 36% em relação à média de outubro.
No mês passado as exportações caíram 4,5% na comparação ao mesmo período do ano passado, com o embarque de 314,7 mil toneladas, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Por meio de nota, o vice-presidente de mercados da entidade, Ricardo Santin, justificou que essa retração foi pontual, provocada por uma concentração de vendas para o mercado asiático no mês anterior.
Em contrapartida, as exportações brasileiras de frango in natura, embutidos e outros alimentos processados neste segmento aumentaram 5% no acumulado de janeiro a outubro comparado ao igual período do ano passado, totalizando 3,693 milhões de toneladas.
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