PorkExpo 2016: Avanço da suinocultura nacional ainda esbarra na falta de conhecimento dos consumidores
Que a suinocultura brasileira já se posiciona como um importante centro de produção, isso ninguém tem dúvidas. Mas, como o setor pode melhor seus resultados? Para o analista e consultor, Fabiano Coser, o avanço dependerá da demanda, que ainda é restrita no mercado interno, pela falta de conhecimento dos consumidos sobre o produto.
O diferencial de preço entre a carne suína e bovina, por exemplo, evidencia que mesmo estando mais cara os consumidores continuam adquirindo a carne vermelha, especialmente, por questões culturais. Diante disso, "como posicionar a carne suína no mercado doméstico?",questiona Coser.
A carne suína passou por muitos avanços nos últimos anos, mas ainda é cerca de inúmeros paradigmas que limitam crescimentos de consumo. Atualmente, no Brasil o consumo per capita de carne suína é de 15,08 quilos por habitante/ano [percentual alcançado apenas em 2015], o maior volume de demanda fica por conta dos embutidos que, em tempos de crise são uns dos primeiros alimentos cortados pela população.
Entre os paradigmas Coser destaca a ideia de que a ingestão do animal pode trazer doença a população (neurocisticercose); os movimentos ativistas que ainda consideram o abate dos leitões uma pratica agressiva aos animais; o receio quanto a aplicação de antibióticos e seus reflexos na saúde humana; e por fim, a falta de conhecimento e técnicas de preparo para os inúmeros cortes disponíveis para a carne suína.
Para que essas questões deixem de ser um limitante para o mercado de suínos nacional, Coser considera que precisamos "ter políticas de marketing mais agressivas, tanto no mercado interno, quanto externo."
Veja mais:
>> "Tendência é de queda para as commodities agrícolas no longo prazo", afirma economista da FGV
>> Preços do milho devem se estabilizar em 2017, estima Rabobank
>> Dieta líquida pode ser alternativa para redução de custos na suinocultura
>> Demanda fraca no mercado atacadista de carne suína
A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) têm promovido campanhas para incentivar o consumo de carne suína no país. Recentemente as ações Escolha + Carne Suína e Festival Suíno no Ponto levam opções de receita com carne suína através de grandes chefes nacionais.
Em muitos países europeus, como França e Espanha, ações de marketing coletivo também buscam divulgar e incentivar o consumo da proteína. "Precisamos que nossa cadeia seja organizada neste sentido também. Temos um grande potencial de mercado interno e externo, mas é necessário saber como se posicionar", diz Coser.
No cenário internacional, os países asiáticos vêm aumentando anualmente o consumo e as importações da proteína. Segundo levantamento do Rabobank, as exportações brasileiras de carne suína para a China, por exemplo, deverão superar 100 mil toneladas em 2017. Outro mercado em potencial é a Coreia do Sul, que de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), tem potencial de importar cerca de 35mil toneladas/ano.
"Nosso sistema de produção é muito bom, precisamos então, pensar a cada dia em como entrar efetivamente nesses mercados", destaca o analista.
A tendência no longo prazo é de que o Brasil mantenha a faixa de crescimento de produção anual de 2 a 3%, com isso, cada vez mais a abertura e efetivação de novos mercados será fundamental para que internamente não tenhamos excedente de oferta e depreciação de preços ao produtor.
0 comentário

Agrodefesa reúne a cadeia produtiva avícola goiana para discutir a situação da gripe aviária

Tocantins descarta influenza aviária altamente patogênica em granja comercial

Mais de 30 mercados já colocaram restrições ao frango do Brasil por gripe aviária

Mais de 30 mercados já colocaram restrições a frango do Brasil por gripe aviária

Em reunião com a FPA, ministro Fávaro destaca parceria dos parlamentares para enfrentamento da gripe aviária

Mercado dos suínos registra movimentações pontuais nesta 3ª feira