PorkExpo 2016: Preços do milho devem se estabilizar em 2017, estima Rabobank

Publicado em 20/10/2016 12:35

Os preços do milho no mercado internacional e nacional devem voltar a patamares da média histórica no próximo ano, estimou o analista de mercado de grãos do Rabobank, Renato Rasmussen, durante seminário da PorkExpo à cadeia suinícola do país.

Diversos fatores devem colaborar para esse enfraquecimento nas cotações do cereal, especialmente, na Bolsa de Chicago. Segundo levantamento do Rabobank a relação estoque consumo no ano comercial 2016/17 ficará próxima de 22% [o mesmo percentual alcançado na safra 14/15, e 1% acima do índice de 15/16].

Essa projeção de maior produção se dá pela perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos, que de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês) será de 382,48 milhões de toneladas; além do aumento na produção brasileira.

Na safra nacional, a melhora no retorno financeiro do cereal com as altas de preço ocorridos em 2015 e 2016, impulsionou a competitividade por área com a soja. Assim, na safra de verão, o banco estima que os produtores brasileiros aumentem de 7 a 8% a semeadura com o milho 2016/17.

Outro ponto destacado por Rasmussen é o esgotamento da atual política de consumo de etanol dos EUA. Após medida a oferta de cereal norte-americana passou a ser destinada, em sua maioria, para o mercado interno. "Em 1990 a participação dos Estados Unidos no mercado internacional era de 75%, hoje a ocupação caiu para 39%, porém não há mais espaço para incentivar o consumo de etanol no país, e os produtores terão de retornar sua lucratividade para as exportações", explica o analista.

Além disso, no mercado brasileiro os desdobramentos políticos têm colaborado para queda na taxa de câmbio que poderá reduzir a competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional, evidenciando um cenário diferente de abastecimento interno do observado em 2016.

Para a oferta, a expectativa do banco é de que a China desacelere o ritmo de importação, visto o grande volume de estoques chineses. Nos últimos anos o governo chinês vem incentivando, por meio de preços remuneradores, os agricultores a expandir o plantio de milho em detrimento da soja. Agora, com a formação de grandes estoques a China autorizou, em um movimento considerado radical, a pelo menos duas empresas exportarem cerca de 2 milhões de toneladas de milho.

Diante de uma grande oferta global, e a possibilidade de desaceleração no ritmo de importação do maior comprador mundial do cereal, o Rabobank estima que os preços do milho na Bolsa de Chicago devem ficar próximos de US$ 3,20 por bushel no último trimestre de 2016 e, abaixo de US$ 3,50 por bushel até o segundo trimestre de 2017.

Com isso, no mercado interno, os produtores de aves e suínos deverão ter um cenário mais positivo de abastecimento e preços em 2017.  Neste ano, os altos preços do insumo acabaram inviabilizando a produção de suinocultores e avicultores em todo o país. Com preços em baixa, devido a queda no consumo, a elevação dos custos de produção penalizou diversos produtores, que esperam agora, melhores condições para aquisição de insumos.

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Por:
Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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