Pressão sobre o custo de milho apresenta melhoras para a avicultura e a suinocultura, afirma a ABPA
São Paulo, 20 de setembro de 2016 - Após a desaceleração da produção de carne de frango e de carne suína, detectada com base em acompanhamento realizado junto às agroindústrias do setor, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra afirma que houve uma redução da pressão sobre o cenário de abastecimento de milho para as duas cadeias produtivas, a partir do início do segundo semestre.
Segundo Turra, há expectativa de que a demanda por milho seja reduzida em mais de 1 milhão de toneladas no total de 2016, frente às previsões de retração da produção no segundo semestre já constatadas pela ABPA em julho.
Neste ano, a produção de carne de frango em 2016 deverá ficar em 13 milhões de toneladas (4% menor que as 13,5 milhões de toneladas previstas no início deste ano) e a de carne suína, em 3,64 milhões de toneladas (inferior à previsão de 3,76 milhões apresentadas em janeiro). Esta perspectiva parte das estratégias adotadas por diversas empresas para diminuir o ritmo da produção – como a suspensão de turnos de trabalho, encerramento de atividades de plantas e outras decisões no âmbito produtivo.
“A perspectiva positiva sobre o abastecimento de milho também é influenciada pela oferta do cereal nos silos paraguaios e argentinos, além do bom desempenho da Primeira Safra, especialmente nos estados do Sul, que concentram 70% da produção de carne de frango e 80% da produção de carne suína. Para os dois setores, entretanto, é indispensável que seja viabilizada a importação de milho dos Estados Unidos para o Brasil. Com isto, a escassez que enfrentamos no primeiro semestre não deverá se repetir”, afirma o presidente da ABPA.
Outro fator positivo a este quadro, conforme Turra, é a desaceleração da produção indicada também pelos Estados Unidos e pela China, detalhada em relatório apresentado recentemente pelo Rabobank. Especificamente sobre a produção chinesa, a instituição aponta uma retração de 5% neste ano, e de até 15% em 2017.
“Este cenário aponta para uma oferta internacional de milho menos pressionada, o que deve equilibrar os custos de produção para uma situação de melhor competitividade. Ao mesmo tempo, os indicadores da China acenam para a intensificação das importações deste mercado de carnes, o que já é notório em nossa pauta exportadora”, analisa Turra.
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