Alta em exportações de frango em março não eleva margens do setor

Publicado em 06/04/2016 07:26

A receita cambial com exportações de carne de frango brasileira voltou a subir em março, na comparação anual, após nove meses no vermelho, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Mas essa alta não foi suficiente para melhorar a rentabilidade do setor, segundo analistas do BTG Pactual. 

A receita cambial com vendas externas de frango brasileiro subiu 0,9% em março, ante mesmo mês de 2015, para US$ 584,3 milhões, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Essa receita é referente à venda de 403,4 mil toneladas do produto no mês passado, volume 15,6% superior ao obtido em março de 2015.

Já no primeiro trimestre, o saldo cambial somou US$ 1,5 bilhão, queda de 6,3% na comparação anual. Em volume, as exportações totalizaram 1 milhão de toneladas, alta de 12% ante o primeiro trimestre de 2015.

O aumento nos custos com nutrição das aves e a apreciação do real frente ao dólar no mês de março tiveram impacto negativo para a rentabilidade do setor. Segundo analistas do BTG Pactual, os spreads caíram 5% em março e 8% no primeiro trimestre de 2016, em comparação com o mês e o trimestre imediatamente anteriores, respectivamente.

“Ainda acreditamos que a indústria irá enfrentar alguns desafios (de rentabilidade) no curto prazo, mas a redução da oferta e a esperada normalização dos preços domésticos de milho deverão se traduzir em um segundo semestre muito melhor em termos de rentabilidade”, escreveram os analistas do BTG Pactual em relatório nesta semana.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, já havia dito à CarneTec, no fim de março, que as margens da indústria de frangos no país estavam apertadas, apesar do aumento nas exportações. Segundo ele, há dificuldade em repassar aumento dos custos de nutrição aos preços no mercado doméstico.

O preço do milho, principal insumo para a alimentação de aves, teve forte aumento desde o início do ano, diante da aceleração das exportações do grão brasileiro. A expectativa de analistas do setor e do mercado é que o preço caia com a entrada da nova safra em meados do ano.

Leia a notícia na íntegra no site CarneTec.

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CarneTec

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