Suíno Vivo: Preços não reagem e semana encerra negativa no Rio Grande do Sul

Publicado em 24/03/2016 18:15

As cotações para o suíno vivo registraram mais um dia de estabilidade nesta quinta-feira (24). Nesta semana, poucas praças tiveram mudanças de preços e grande parte das regiões definiu manutenção para as cotações. Já para as exportações, o cenário é positivo e deve encerrar março com volumes positivos.

No cenário interno, as dificuldades são grandes. O Cepea aponta que as vendas estão fracas no atacado, além de suinocultores enfrentarem altos custos de produção. “Além do enfraquecimento na economia nacional, que tem reduzido o poder de compra de consumidores, a demanda pela carne geralmente diminui na segunda quinzena do mês”, explicam.

Além disto, as dificuldades para manter os animais nas granjas têm gerado aumento da oferta – pressionando ainda mais as cotações. “Nesse cenário, em sete dias, as cotações do animal vivo caíram ou se mantiveram estáveis em praticamente todos os estados acompanhados pelo Cepea”, aponta o Centro.

O quadro era esperado por analistas do setor, devido ao feriado de Páscoa, que não é propício para o consumo da proteína. Além disto, historicamente há uma queda na procura pela carne na segunda quinzena do mês. Apesar disto, ainda existe a necessidade de altas de preços, para compensar custos de produção que continuam registrando aumento a cada mês.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o diretor executivo da ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), explicou as dificuldades do mercado estão relacionadas a alta no preço do milho – que teve alta em média de 60% no último ano. Neste período, não houve baixas significativas nas cotações para o suíno, em torno de 10% dependendo da região.

» Assista a entrevista completa com o diretor executivo da ABCS, Nilo de Sá

Com isso, a relação de troca dos suinocultores piorou em que é possível adquirir 4,5 quilos de milho com um quilo de suíno. Conforme explica Nilo de Sá, o ideal é que com um quilo de suíno seja possível adquirir oito quilos de milho. 

Além disto, o ICPSuíno/Embrapa registrou alta de 24,07% nos últimos 12 meses, fechando fevereiro com 218,69 pontos. O principal fator de aumento nos custos de produção foi a nutrição, com 1,44% apenas no último mês.

Com isso, entidades da região sul apontam que há suinocultores sofrendo risco de falência. Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, o momento é desesperador, agravado principalmente pela briga política em Brasília.

» Suinocultores do Sul temem pela falência da atividade nos próximos dias

Preços

No início da semana, o Rio Grande do Sul registrou baixa de preços, segundo a pesquisa semanal realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul). De acordo com a pesquisa, a referência do estado passa de R$ 3,36 pelo quilo do vivo para R$ 3,29/kg. Já aos produtores integrados, a média do estado segue em R$ 2,88/kg. Por outro lado, a saca de milho de 60kg registrou leve recuou e fechou a pesquisa com R$ 39,37, enquanto o valor anterior estava em R$ 40,17 por saca.

Na semana anterior, São Paulo estava sem referência de negócios. Porém, a bolsa de suínos divulgou uma nova definição nesta semana, entre R$ 66 e R$ 68/@ - o mesmo que R$ 3,52 a 3,63/kg do vivo.

Em Minas Gerais também houve uma nova reunião da bolsa de suínos do estado. Nesta semana, os negócios devem acontecer em R$ 3,50/kg, assim como na semana anterior. O valor é o mesmo para o estado de Goiás e vale até a próxima segunda-feira (30), quando uma nova reunião deve ocorrer.

Exportações

Já os embarques seguem com números positivos para carne suína in natura, de acordo com dados parciais de março divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a terceira semana do mês, foram exportados 35,8 mil toneladas, com média diária de 2,6 mil toneladas.

Em comparação com os embarques diários de fevereiro, há um acréscimo de 10,8%, enquanto que em relação a março de 2015, o aumento é de 83,6%. Em receita, os números apontam para US$ 61,7 milhões, com valor por toneladas em US$ 1.721,9.

As estimativas de embarques do Haitong apontam para 55,5 mil toneladas em março. O número representaria um aumento de 26,7% em comparação com fevereiro e 81,3% em relação ao ano passado.

» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo

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Tags:
Por:
Sandy Quintans
Fonte:
Notícias Agrícolas

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