Mercado do leite: preços continuam estáveis em SC
A oferta aumentou e o consumo manteve o mesmo nível. Por isso, os preços do leite adquirido pelas indústrias de processamento em Santa Catarina estão estáveis e com leve viés de baixa.
O comportamento dos valores foi levantado pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite) e confirma que os preços não apresentam variações significativas desde junho no mercado primário de produção de leite.
O valor de referência para o leite-padrão pago pelas indústrias aos produtores rurais, projetados para este mês de setembro pelo Conseleite, apresenta estabilidade em relação ao mês anterior, com queda de um centavo: baixou de R$ 0,9131 para R$ 0,9016.
Entretanto, no território catarinense os laticínios pagam acima do valor de referência. A maior indústria láctea de região oeste, por exemplo, pratica R$ 1,10 por litro do leite entregue na plataforma, incluso o frete e o Funrural.
O comportamento dos valores é levantado mensalmente pelo Conseleite e confirma que os preços não apresentam variações significativas desde junho no mercado primário de produção de leite.
Os novos valores anunciados na última reunião do Conseleite ficaram assim definidos: leite-padrão R$ 0,9016 o litro; acima do padrão R$ 1,0368 e abaixo do padrão R$ 0,8196.
O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, observa que apesar da abundância de leite no mercado interno e da redução do consumo, o Brasil continua importando leite em pó do Uruguai e da Argentina criando uma situação de oferta elevada. Por isso os preços não melhoram.
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.
Os produtores de leite enfrentaram nos primeiros cinco meses de 2015 dois grandes obstáculos: a baixa remuneração obtida na venda e o aumento considerável nos custos de produção, especialmente no item mão de obra, com alta de 9,7% em consequência, principalmente, do reajuste do salário mínimo formalizado pelo Governo no início deste ano.
A conjugação de fatores negativos – reajuste nos preços da energia elétrica, combustíveis e de mão obra -, além da valorização do dólar frente ao real, provocou perda do poder de compra do produtor de leite e gastos elevados na composição dos insumos utilizados na produção.
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