Protestos afetam 60 unidades de aves e suínos e oferta interna e externa, diz associação
SÃO PAULO (Reuters) - Sessenta unidades industriais de processamento de aves e suínos estão "parando" no Brasil devido aos protestos dos caminhoneiros nas estradas, que afetam principalmente o Sul do Brasil, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
O abastecimento interno e externo de carnes também está prejudicado, disse Turra.
"Estamos extremamente preocupados, porque há 60 unidades industriais parando no Brasil, principalmente no Sul. Redução de mais de 50 por cento no número de abates, tanto de suínos como de aves", afirmou Francisco Turra, em entrevista à Reuters.
De acordo com o presidente da associação, os "supermercados estão reclamando da falta de produtos" e começam a chegar reclamações de compradores externos "devido a contratos de exportação não realizados, não cumpridos".
O Brasil é o maior exportador global de carne de frango.
Entre as empresas com problemas estão as gigantes do setor BRF, JBS e Aurora.
Segundo Turra, os protestos, que entraram nesta sexta-feira no seu décimo dia, também afetam o abastecimento de ração, para alimentação das criações.
"Estamos impressionados com falta de alimentação dos frangos. Não tem acesso a milho e farelo de soja. Aves estão passando fome, passando dois dias sem comer. Houve até início de canibalismo. Situação muito crítica", acrescentou.
(Por Marcelo Teixeira; texto de Roberto Samora; Edição de Raquel Stenzel)
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