Ibrafe: Mercado do feijão está especulado
Os produtores estão cientes de que os valores praticados após o dia 10 de dezembro estão completamente desconectados da lógica de oferta e demanda que geralmente regula o mercado. Quem ainda está ativo nesse período raramente é algum empacotador com necessidades de última hora. Na maioria dos casos, trata-se de compradores que buscam adquirir produtos a preços que acreditam permitir ganhos futuros com especulação. Na prática, esses compradores acabam ajudando produtores que precisam, a qualquer custo, vender parte de sua colheita.
Por exemplo, alguns comerciantes que contribuem para manter a liquidez do mercado receberam, nesta semana, Feijões com 6% a 7% de grãos brotados. Pagaram ao produtor valores entre R$ 110 e R$ 120 por saca, mas, hoje, não há demanda para esse tipo de Feijão. Esses compradores provavelmente precisarão armazenar o estoque por meses, aguardando uma valorização substancial da mercadoria de melhor qualidade, que possa criar uma oportunidade para a venda desse produto.
O cenário de preços baixos, tanto para o Feijão-carioca quanto para o Feijão-preto, é prejudicial para todo o setor. Para os produtores, isso é evidente; entretanto, quando os preços ao consumidor final caem abaixo de certo patamar, não há aumento significativo no consumo. Os empacotadores enfrentam o mesmo custo de operação, mas com uma receita menor. O mesmo ocorre com os supermercados, que acabam tendo margens reduzidas.
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