Ibrafe: Começa a colheita no Paraná de Feijão-Preto
Ainda há quem se deixe levar por argumentos de compradores que afirmam que, se os preços caem no Brás, em São Paulo, então cidades como Itaí ou Paracatu também devem sofrer quedas. Esse argumento é totalmente sem fundamento. Se alguém assumiu o risco de transportar a carga até São Paulo e, ao não conseguir vender, decide baixar o preço por conta de despesas de armazenagem ou retorno, essa situação reflete apenas aquele mercado local específico.
Não há provas concretas sobre as alegações de que "alguém vendeu" por determinado valor. Ontem, ao ouvirem que alguns compradores estavam utilizando esse tipo de argumento, produtores decidiram não vender no interior, nas regiões produtoras onde há Feijão sendo colhido ou armazenado.
Antigamente, era comum que os produtores cedessem à pressão de compradores menos escrupulosos. Hoje, entretanto, existe uma percepção mais ampla de que, em determinados momentos, pode haver maior oferta e poucos compradores, mas isso não justifica vendas precipitadas, especialmente considerando o índice CEPEA/CNA, que monitora as variações em todos os polos de produção.
"Se precisar esperar, eu espero", afirmou um produtor que mantém Feijão armazenado em câmara fria. "Não vou tirar da câmara agora para vender abaixo do preço de dez dias atrás. Eu sei que o varejo está lento, mas nem por isso vou vender mais barato", completou um produtor do Noroeste de Minas Gerais.
Uma nova queda de braço começou no interior do Paraná, onde os primeiros lotes de Feijão-preto começaram a ser colhidos. Ontem, os compradores estavam ofertando R$ 220 por saca, mas até o final da tarde, não houve relatos de produtores que aceitaram esses valores.
De um lado, os empacotadores enfrentam um mercado lento no varejo e a perspectiva de que o volume de oferta aumente diariamente. Do outro, os produtores resistem às pressões.
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