Pesquisa da UFPI aborda desenvolvimento do feijão-fava para o Nordeste

Publicado em 17/01/2018 14:38

Feijão-fava faz parte da culinária e da cultura brasileira, e é um dos produtos de maior importância para a agricultura e a economia do Brasil, especialmente, no Nordeste. Phaseolus lunatus L. é o nome científico dessa espécie, popularmente conhecida como feijão-fava, que é uma leguminosa nativa das Américas Central e do Sul, cultivada, principalmente, em regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo. No Brasil, é considerada a segunda espécie de maior importância agrícola do gênero Phaseolus, representando fonte de alimento e renda para a população e produtores familiares.

O feijão-fava é bem adaptado a regiões secas e por isso possui boa produtividade tanto em períodos úmidos como secos, porém a produtividade ainda é baixa em relação a outras espécies de feijão consumidas no Brasil (IBGE, 2014).                       

No ano 2007 foram produzidas, no Brasil, 13.181 toneladas de grãos de fava, numa área plantada de 35.172 hectares sendo os maiores produtores os Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Piauí, e Minas Gerais (IBGE, 2008).  (Infográfico, Pedro está fazendo.)

Observando-se a importância dessa cultura, principalmente na região Nordeste, a Engenheira Agronômica Lorenna Leal Pires, na época (2016) discente da Universidade Federal do Piauí (UFPI), orientada pelo Prof. Dr. José Evando Aguiar Beserra Jr., docente da Instituição, percebeu a falta de estudos relacionados às doenças que ocorrem no feijão-fava e a eficiente identificação de seus agentes etiológicos.

Impulsionada pela necessidade de pesquisas que realizem a identificação correta desses patógenos (organismos capazes de causar doença em um hospedeiro) por meio do teste de patogenicidade, que é a capacidade do agente invasor em causar uma doença com suas manifestações clínicas com maior probabilidade entre os hospedeiros (etapa fundamental neste processo de identificação), a estudante buscou a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Voluntária (ICV) da UFPI, e desenvolver essa pesquisa.                        

"Durante meu curso de graduação em Engenharia Agronômica, uma das áreas do conhecimento que mais me identifiquei foi a Fitopatologia. Interessei-me bastante por este assunto por se tratar do feijão-fava, uma cultura bastante importante, principalmente, na região Nordeste do Brasil e por ser um trabalho inovador, porque até então não existiam registros de pesquisas deste patógeno causando doença na cultura do feijão-fava, no Brasil", explicou Lorenna Pires.                     

A pesquisa discorreu em três etapas principais. Primeiro, foram realizadas visitas técnicas a campos de produção de feijão-fava nos municípios de Esperantina (Piauí) e Assaré (Ceará), onde foram observadas e coletadas plantas com sintomas de podridão de carvão. Após a coleta, no Laboratório de Fitopatologia do Departamento de Fitotecnia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da UFPI, foi feito o isolamento do agente causal a partir dos fragmentos dos tecidos vegetais doentes.                       

Posteriormente, o patógeno isolado foi cultivado em meio de cultura artificial e caracterizado morfologicamente, apresentando características semelhantes ao fungo do gênero Macrophomina. Mas, somente a caracterização morfológica não é possível afirmar a identidade com total certeza do agente causal, até então desconhecido, da doença em questão. Foram realizados outros testes em parceria com o Departamento de Fitopatologia, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), após o resultado feito em conjunto com a UFLA, foram utilizados os dados e outros testes no CCA/UFPI.                       

O principal objetivo desta pesquisa é identificar o agente causal, ou seja, o microrganismo responsável por causar a doença conhecida como podridão do carvão em feijão-fava.                       

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Fonte:
UFPI

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