Feijão perdeu espaço, mas ainda revela identidade do Brasil
O feijão perdeu espaço na mesa, mas não no imaginário do brasileiro. Essa foi a principal observação feita pela historiadora Adriana Salay Leme durante palestra sobre o produto no último sábado (2/11), durante o Festival Origem, em São Paulo. Adriana é mestre em História Social pela USP com uma dissertação sobre feijão e diretora do C5 (Centro de Culinária Câmara Cascudo).
“Apesar do consumo ter caído quase 50%, o feijão continua fazendo parte do nosso discurso e da nossa identidade como brasileiros”, disse Adriana, ao observar que, mesmo quando não consumido, o produto é sempre citado como o um dos dois principais alimentos da dieta brasileira, ao lado do arroz.
Adriana iniciou o bate-papo relembrando a origem dos diferentes tipos de feijão no Brasil.
Segundo a pesquisadora, os índios plantavam o feijão a título de reserva, ou seja, ele não era o principal alimento da dieta. A leguminosa era cultivada a partir de um sistema chamado milpa, no qual o feijão era plantado junto com o milho e abóbora. Assim, cada alimento levava nutrientes diferentes para o solo e o três juntos se tornavam mais benéficos.
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