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Antes do plantio de soja, umidade do solo em MT e PR é a menor em 30 anos, diz EarthDaily Agro

Publicado em 12/09/2024 15:01 e atualizado em 12/09/2024 16:21

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A umidade do solo em Mato Grosso e no Paraná, dois dos três maiores Estados produtores de soja do Brasil, está no menor nível em 30 anos, o que não traz condições favoráveis ao plantio da oleaginosa que poderia ter começado no país, de acordo com avaliação da EarthDaily Agro.

"O modelo europeu ECMWF prevê continuidade desse cenário nos próximos dez dias para o Mato Grosso, trazendo condições desfavoráveis ao início do plantio da soja no Estado", afirmou Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.

Mato Grosso e Paraná responderam juntos na safra passada por cerca de 40% da produção brasileira de soja.

O analista também chamou a atenção para a média das temperaturas em Mato Grosso, maior produtor agrícola do Brasil, que poderá ficar até 7°C acima da normalidade, de acordo com o modelo americano GFS, segundo dados compilados pela empresa e antecipados à Reuters.

As condições climáticas em Mato Grosso só devem melhorar no final do mês, com a chegada de algumas chuvas, segundo as projeções. "Em Mato Grosso, a umidade deve continuar caminhando 'de lado' até 25/26 de setembro", reiterou Reis.

Ele preferiu não comentar se essa secura levaria a um adiamento no plantio de soja, algo que tem preocupado o mercado, já que o Brasil é o maior produtor e exportador da oleaginosa.

Um atraso maior poderia ter consequências para a janela climática do milho e do algodão segunda safra.

"Fica difícil afirmar tão cedo dentro do ciclo (ainda não iniciado) que teremos um plantio tardio e/ou precoce. Essa análise será mais apropriada no fim de setembro e início de outubro", comentou, lembrando que a empresa adota uma previsão meteorológica de 14 dias.

Na véspera, o presidente da unidade brasileira da Cargill, Paulo Sousa, avaliou que o plantio da safra de soja 2024/25 no Brasil deve ser mais tardio neste ano, "parecido" com o que aconteceu em 2023, quando as chuvas chegaram tardiamente para permitir os trabalhos em áreas de Mato Grosso.

Embora possa atrapalhar a segunda safra, um atraso nas chuvas não necessariamente significa uma quebra de soja. No ano passado, contudo, elas demoraram tanto para chegar, para além de outubro, que houve impactos produtivos.

"Atualmente, temos sim uma seca histórica em algumas regiões importantes. Mas, caso volte a chover na próxima semana, esse cenário de seca irá se dissipar rapidamente. O problema seria voltar a chover na próxima semana, e aí voltar a seca por todo o período de outubro/novembro ou mesmo algumas semanas..."

Alguns meteorologistas, como Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, têm afirmado que os modelos de prazo mais longo indicam as chuvas se regularizando após meados de outubro, depois da chegada das precipitações, ainda irregulares, em setembro.

Para o Mato Grosso do Sul, que está no segundo menor nível de umidade do solo dos últimos 30 anos, a situação começa a melhorar a partir de segunda-feira da próxima semana, disse Reis, da EarthDaily Agro.

No Paraná, a partir de meados da semana que vem.

"O aumento da umidade será uma consequência das chuvas. A umidade em Mato Grosso do Sul e Paraná deverá atingir um nível suficiente para a realização do plantio (na semana que vem), mas, caso essas chuvas não continuem, a tendência é de que a umidade caia novamente, trazendo risco de replantio", disse o analista.

Segundo ele, talvez a melhor estratégia do produtor seja esperar um pouco mais ou confirmar com as previsões que as chuvas vão continuar, mesmo que em baixo volume. "Porque se a seca voltar, o risco de replantio pode ser grande."

Além da seca, produtores de soja têm lidado com o aumento das queimadas nas palhadas das lavouras, o que reduz a matéria orgânica no solo e consequentemente permite que a terra perca umidade mais rapidamente, alertou nesta semana o presidente da Aprosoja, Maurício Buffon, à Reuters.

(Por Roberto Samora; edição de Letícia Fucuchima)

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Fonte:
Reuters

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