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Novo episódio de frio intenso está previsto ainda neste mês para o Sul do Brasil

Publicado em 15/08/2024 11:19 e atualizado em 22/08/2024 11:09
Maior atenção será com culturas de inverno nos estágios mais avançados de desenvolvimento

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A intensidade do frio sobre o Centro-Sul do Brasil começa a diminuir no final desta semana, após diversos municípios, sobretudo na Região Sul, registrarem temperaturas negativas e geadas. Entretanto, ainda neste mês os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul têm a previsão de uma nova sequência de dias com temperaturas abaixo da média, a partir da segunda metade da próxima semana.

De acordo com o que aponta a Metsul, “um novo episódio de temperatura baixa deve ocorrer nesta segunda metade de agosto com efeito maiores no Sul do Brasil”. Com base no modelo de clima norte-americano CFS do NCEP/NOAA, as temperaturas podem ficar até 6°C abaixo da média no RS, SC e PR e MS, além de 8°C abaixo do normal no oeste catarinense.

Entre esta quinta-feira (15) e a segunda-feira (19), a tendência é de temperaturas acima do normal em todo o Brasil, com elevação de até 5°C no Centro-Sul brasileiro. A partir do dia 19, os cinco dias seguintes deve seguir quente até o norte gaúcho. Na área central e no sul do estado, as anomalias começam a ser negativas, chegando até 4°C abaixo da média na divisa com a Argentina e o Uruguai.

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Anomalia de temperatura em 2m para o período de cinco dias. Fonte: Metsul

Para o período entre os dias 24 e 29 de agosto, o frio deve ampliar em abrangência e intensidade. Como mostra o modelo CFS de anomalia de temperatura em 2m, na maior parte de São Paulo e de Mato Grosso do Sul e no leste do Paraná, as temperaturas podem ficar entre 2 e 4°C abaixo da média.

Em alguns pontos de Mato Grosso do Sul e no oeste do Paraná, o frio fica mais intenso, entre 6 e 8°C abaixo da média. O mesmo vale para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, que terão a mesma anomalia. As partes mais quentes desses estados devem ser registradas na parte leste, com 4°C abaixo do normal.

A anomalia de temperatura fica mais próxima do normal já entre o final de agosto e início de setembro, entre os dias 29 e 03. No Rio Grande do Sul, grande parte do estado ficará próximo do normal, enquanto que as temperaturas voltarão a valores acima da média desde Santa Catarina, chegando a elevações superiores a 2°C em relação à média no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além das áreas do Brasil Central.

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Anomalia de temperaturas em 2m entre os dias 22 e 31 de agosto. Fonte: Tropical Tidbits

Consequência do frio para as culturas de inverno na Região Sul

No Rio Grande do Sul, como a maior parte das lavouras de trigo, que é a principal cultura de inverno no estado, estão em fase inicial de desenvolvimento, o frio não causa danos, como explicou o engenheiro agrônomo e produtor rural Laercio Dalla Vecchia: “As plantas de inverno, as folhas não morrem com geada. Elas estão são adaptadas”.

Entretanto, em locais onde  o desenvolvimento está mais adiantado, existem problemas, como foi o caso de Dalla Vecchia, que teve sua lavoura de aveia congelada no início da semana em Mangueirinha-PR. “O fruto delas, que é o grão, é sensível. O trigo, por exemplo, na fase jovem ele gosta de geada. Mas quando entra no sistema reprodutivo, que já tem grão leitoso, como a minha aveia que tinha grão leitoso, congelou o leite, quebrou, digamos assim, estragou”, explicou o engenheiro agrônomo.

Por conta de ter plantado mais cedo, o Paraná é o estado onde há mais lavouras suscetíveis a perdas causadas por geadas. “Apesar de serem comuns geadas em agosto no estado, esta foi intensa, trazendo preocupação especialmente para o Sudoeste do Paraná e os Campos Gerais”, informou o Deral por meio de relatório divulgado nesta semana.

 Contudo, as áreas de maior frio foram justamente onde as lavouras estão menos adiantadas: “Apesar do percentual alto no Paraná, lavouras nestas fases são exceção onde foram registradas as temperaturas mais baixas, devendo apenas uma parcela delas ser comprometida pelo congelamento”, ressaltou o Deral.

A área mais afetada é de aproximadamente 200 mil hectares, com danos que vão de insiginificantes a perdas totais. As plantas estão começando a demonstrar os primeiros sintomas e a condição das lavouras será atualizada em novo relatório que será divulgado na terça-feira (19). Agora, a atenção fica para o frio que voltará a atingir o estado na semana seguinte.

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Por:
Igor Batista
Fonte:
Notícias Agrícolas

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