Climatempo: El Niño deve atingir seu pico máximo entre dezembro e janeiro, mas outros sistemas podem favorecer chuvas no N e NE
A Climatempo atualizou recentemente as previsões para o mês de dezembro e o grande destaque da consultoria é que o fenômeno El Niño pode atingir o ponto máximo entre este mês e janeiro, além de marcar o início do verão. "As condições para muita chuva na Região Sul e menos chuva na Região Norte ainda serão observadas", afirma a publicação.
Apesar de destacar a forte influência do El Niño, a Climatempo destaca, no entanto, que algumas alterações no padrão de temperatura da água do mercado no oceano Pacífico Tropical e na costa leste do Nordeste, podem permitir a aproximação da Zona de Convergência Intertropical, favorecendo assim as chuvas em algumas áreas do Nordeste e Norte.
"Outras mudanças ocorreram no padrão de temperatura da água do mar do oceano Atlântico Sul. A porção oceânica na costa do Uruguai, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina está com temperatura um pouco abaixo da média, em contraste com a porção oceânica na costa do Paraná e da Região Sudeste que está com temperatura acima da média. Esta situação vai permitir que mais frentes frias se aproximem da costa da Região Sudeste e isso poderá causar mais eventos de chuva forte nas áreas litorâneas do Paraná, São Paulo e Rio De Janeiro", afirma a previsão.
Com relação à média de precipitação prevista para o mês, a Climatempo prevê os pontos mais críticos de volume abaixo da média para os estados do Paraná e do Amazonas no período. Ainda assim, fica o alerta para as regiões Centro-Oeste, Matopiba e parte do Sudeste volumes pouco abaixo da média neste período.
Para o Sul do Brasil, a tendência continua sendo de mais um mês com chuvas acima da média, com destaque para faixa centro-oeste do Rio de Grande do Sul, Santa Catarina e uma pequena área no Sul do Paraná que devem receber as chuvas mais significativas. As demais áreas, assim áreas em Mato Grosso do Sul, São Paulo e extremo Sul de Minas Gerais também podem ter volumes acima da média.
"Os maiores desvios positivos vão ser observados em áreas do sul e do oeste do Rio Grande do Sul. Por isso, ainda há risco de mais problemas com enchentes de rios, principalmente na fronteira com a Argentina. O rio Uruguai ainda está com cotas muito altas e deve receber muita chuva ao longo do mês de dezembro", destaca a Climatempo para o Rio Grande do Sul.
Para dezembro são previstas a passagem de três ou quatro frentes frias sobre o Sul do país, com atuação mais efetiva no centro-sul e oeste do Rio Grande do Sul.
Já para o Sudeste, a Climatempo acrescenta que a irregularidade da chuva pode deixar a temperatura acima da média no norte e leste de Minas Gerais, Espírito Santo e faixa litorânea do Rio de Janeiro.
Veja o mapa de previsão de precipitação e temperatura, segundo a Climatempo
No Centro-Oeste, especialmente no estado do Mato Grosso, o mês será marcado por chuva em forma de pancadas, provocada pelo calor e alta umidade no ar. "Porém, esse tipo de chuva tem grande variabilidade espacial. Poucos dias invernada são esperados para dezembro. A chuva tende a ficar abaixo da média principalmente no oeste e norte de Mato Grosso. Com a irregularidade da chuva, o estado terá mais horas com sol forte, o que vai manter as temperaturas mais elevadas do que o normal", afirma.
As regiões sul e centro-leste de Goiás devem ter chuvas dentro da normalidade. As pancadas também são esperadas, acontecendo com muita irregularidade. "Não se deve esperar por grandes períodos com nebulosidade e chuva frequente", afirma. As áreas ao norte e oeste de Goiás, divisas com Tocantins e o Mato Grosso, vão ter chuva um pouco abaixo do normal. Além disso, a tendência é da permanência de calor acima do normal, com maior chance de onda de calor no oeste de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, incluindo todo o Pantanal.
"A chance de ondas de calor em áreas centrais do Centro-Oeste é menos provável em dezembro porque teremos mais nebulosidade e pancadas de chuva, que ajudam a regular a temperatura, evitando aquecimento extremo", afirma.
Para o Nordeste do Brasil, a tendência é de um mês com aumento dos volumes de chuva no Maranhão, sul do Piauí, oeste e sul da Bahia. Vale lembrar que todas essas áreas há meses enfrentam chuvas abaixo da média, o que vem prejudicando a safra atual.
"Mas o El Niño forte que temos neste início de verão meteorológico vai atuar para inibir convecção sobre áreas do Centro-Norte do Brasil e diminuir a atividade da Zona de Convergência Intertropical. Mas ao mesmo tempo, a água do mar da costa norte e na costa leste do Nordeste está um pouco mais quente do que o normal e isto deve contrabalançar parte do efeito do El Niño", explica a consultoria.
No interior do Maranhão, no sul do Piauí, oeste e sul da Bahia, a chuva tende a ficar um pouco abaixo da média, porque com menos corredores de umidade se formando, a chuva vai ocorrer na forma de pancadas geradas pelo calor e a disponibilidade de umidade principalmente à tarde e à noite.
As temperaturas tendem a ficar acima da média em todas as áreas do Nordeste, mas principalmente no interior da Bahia, no sul do Piauí e no sul do Maranhão.
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