METSUL/El Niño: Probabilidade do fenômeno em 2023 perto de 70%
A estimativa de probabilidade de El Niño no segundo semestre de 2023 já se aproxima de 70%, de acordo com as mais recentes projeções que acabam de ser atualizadas pela Universidade de Columbia e a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, a agência oficial de tempo e clima do governo dos Estados Unidos.
A virada do ano de 2022 para 2023 vai se dar ainda com o fenômeno La Niña, que atua desde 2020 no Oceano Pacífico Equatorial. São, assim, três anos seguidos de La Niña, o que não se dava desde o período entre 1998 e 2001. O fenômeno é o responsável por três anos consecutivos com registro de estiagem com perdas agrícolas no Sul do Brasil e na Argentina.
A vida da La Niña, contudo, é curta. O episódio do fenômeno deve chegar ao fim no decorrer do verão que tem início neste 21 de dezembro. Nas próximas semanas, gradualmente, as águas superficiais vão aquecer e a tendência é que em algum momento no verão, no mais tardar em fevereiro ou março, o oceano entre numa fase de neutralidade, ou seja, sem Niño ou Niña.
O fenômeno de Oscilação do Sul (ENOS), com El Niño e La Niña, influencia significativamente as chuvas tropicais, os padrões de pressão atmosférica e a complexa troca de energia entre o oceano e a atmosfera. Observam-se grandes mudanças de pressão e em larga escala nos trópicos com cada fase de aquecimento (Niño) ou resfriamento (Niña) do Pacífico.
Sob El Niño, que está vindo, a pressão atmosférica sobre o Pacífico tropical é menor, com mais chuvas e tempestades nesta região. Já com La Niña, que está se despedindo em semanas, a pressão sobre o Pacífico Equatorial aumenta e cria condições estáveis e menos tempestades. Essas mudanças de pressão afetam a circulação global da atmosfera ao longo do tempo, com impactos no clima do mundo inteiro.
Outra consequência de um evento de El Niño se instalando em 2023 será o aumento maior da temperatura do planeta. La Niña atenua o aquecimento, no passado trazia maior resfriamento, e o El Niño aquece a Terra. Assim, mundialmente, 2023 será mais quente que o ano de 2022 na temperatura planetária, não necessariamente em escala local.
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