Previsão mantém clima seco na região Central e Aprosoja MT alerta para condição do milho
Há mais de 15 dias sem registrar chuvas significativas e sem previsão de mudança significativa prevista para os próximos dias, a estiagem no Centro-Oeste do Brasil começa a trazer preocupação para o produtor de milho no estado do Mato Grosso. De acordo com as previsões mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temporada de chuva já está chegando ao fim, iniciando a fase de transição para o inverno.
Segundo Lucas Costa Beber, vice-presidente da Aprosoja MT, explica que a estiagem já traz impactos nas lavouras de milho, em fase de início de pendoamento e precisando de água. "É um período crítico, essas lavouras já estão sofrendo, já estão tendo perdas e se não chover nos próximos dias as perdas podem ser muito maiores já que a cultura do milho, por mais que tenha se desenvolvido bem até esse período, necessita após pendoar de no minímo mais duas chuvas para que haja enchimento de grãos satisfatório para que esse milho tenha tamanho e peso que garantam uma boa produtividade", explica.
Com relação às perdas mencionadas, Lucas destaca que neste momento é impossível mensurar o tamanho da perda considerando que algumas áreas registraram chuvas localizadas nas últimas semanas, com destaque para lavouras em áreas do norte e leste do estado. Além de mencionar que o estado tem lavouras em fases distintas, como por exemplo, com safra atrasada na região sul do estado.
"Se teme que haja uma queda grande, bem significativa da safra, mas ainda é impossível mensurar ou falar até porque as lavouras não estão definidas e se vier uma chuva com certeza diminui essa perda, mas há incerteza se vem ou não as chuvas", acrescenta.
O modelo de precipitação acumulada dos últimos 15 dias do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmam que a chuva no período atingiu apenas no norte do estado, e com volumes entre 40mm e 50mm. Em algumas áreas as chuvas não chegaram a 30mm no Mato Grosso.
Veja o mapa de precipitação acumulada nos últimos 15 dias:
Para os próximos dias, de acordo com o modelo Cosmo o cenário não deve mudar nos próximos dias, mantendo a condição de tempo muito seco. Até lá, segundo o Inmet, apenas o Sul do Brasil pode receber alguma precipitação, mas o sistema não deve ter força para avançar para as demais áreas do país. O Cosmo também prevê chuva para o norte do Maranhão e do Piauí, mas os volumes já começam a ter redução nos próximos dias.
O vice-presidente ressalta que a preocupação passa a ser também com o custo dos alimentos no estado, que vem sentido os impactos do clima muito irregular há pelo menos duas safras. "Isso diminui a oferta de alimentos e consequentemente aumenta o preço dos alimentos, já que o milho além de ser um alimento usado para alimentação humana também é utilizado na produção de leite, carne e isso pesa muito. Temos que lembrar também que a Ucrânia é um dos maiores produtores de milho e essa oferta que a Ucrânia faria, seja no interno ou fora, tem a questão de logística, lugares de armazenagem e com certeza vai demorar pra Ucrânia estabelecer a oferta, ou seja, haverá uma escassez ainda maior na oferta de milho", comenta.
Veja o mapa de previsão de precipitação nas próximas 93 horas:
O modelo de previsão estendida, atualizado na manhã desta quarta pela Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), também não traz cenário muito positivo para o produtor diante desta necessidade de chuva
Entre os dias 20 e 28 de abril, o modelo norte-americano prevê chuvas apenas no Sul do Brasil, com precipitação entre 70mm e 10mm no oeste do Rio Grande do Sul. Condição para chuva em Santa Catarina e sul do Paraná, com acumulado de até 60mm em algumas áreas. No período entre 28 de abril e 6 de abril, o NOAA ainda não indica o retorno das chuvas expressivas para a região Central do Brasil e também reduz a condição de umidade em todo Sul do Brasil.
Veja o mapa de previsão estendida para todo Brasil:
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