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Confirmando as previsões, geada volta atingir área de produção agrícola no Centro-Sul do Brasil

Publicado em 30/07/2021 10:29 e atualizado em 30/07/2021 11:07
Café, cana, laranja e trigo voltam a sentir os impactos do frio intenso e dessa vez, feijão também é afetado

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Conforme indicavam as previsões a intensa massa de ar frio avançou sobre todo o Centro-Sul do Brasil e provocou declínio expressivo nas temperaturas e geadas em várias áreas de produção agrícola. De acordo com relatos enviados por produtores ao Notícias Agrícolas, mais uma vez sofrem com os impactos do frio intenso o café, cana-de-açúcar, citros,, trigo e também o feijão. 

CAFÉ 

Para o café, as primeiras informações indicam que a geada não foi generelizada como a registrada no dia 20 de julho, mas dessa vez chegou em lavouras que antes não tinha sido afetada. De acordo com Fernando Barbosa, produtor em São Pedro da União/MG, a passagem do frio aumenta ainda mais a preocupação com a safra do ano que vem. "Muita preocupação, se atingiu minhas lavouras que são altas o percentual dessa geada pode ser maior que a outra", comenta. 

Recebendo as primeiras informações, o professor José Donizeti Alves destaca que é preciso esperar o decorrer do dia para entender a real extensão e o impacto do frio, mas destaca que a preocupação é também com as lavouras que já tinham sido atingidas anteriormente. A orientação para o produtor é manter a calma, principalmente porque é preciso aguardar pelas chuvas de setembro para saber como a planta vai responder ao frio. 

Mais uma vez o frio chegou até o Cerrado Mineiro, mas assim como no sul de Minas Gerais. O maior município produtor de café arábica do país, Patrocínio/MG, já estava em estado de calamidade pública pós geada do dia 20 e novos relatos de geada começam a chegar. 

Geada em LambariMG - Envio de Janaína Magalhães (3)

Segundo informações coletadas nas estações metereológicas da Cooxupé, as temperaturas mínimas não ultrapassam os 8,4ºC nesta madrugada. Em Guaxupé/MG a mínima chegou a -1.3ºC, Caconde registrou -0.4ºC Cabo Verde/MG registrou 1ºCV, São José do Rio Pardo teve mínima de 1.4ºC, Alfenas -3.2ºC. "A gente não pode esquecer que essa lavoura já estava sofrendo com o frio. Claro que neste momento há muita especulação no mercado, mas o estrago está feito. Primeiro pela seca e agora com o inverno severo", comenta o analista de mercado Eduardo Carvalhaes. 

Confira os dados coletados nas estações da Cooxupé: 

MINIMAS COOXUPÉ

LARANJA 

No cinturão citrícula a extensão da geada foi mais expressiva, de acordo com Antônio Simoneti, presidente da Associação Brasileira de Citrus de Mesa. O frio intenso atingiu as áreas de produção em São Paulo e sul de Minas Gerais.

"Lugares onde não tinham ocorrido a passada, amanheceu hoje nessas condições. Vai cair mais fruta porque a geada passada onde pegou tinha folha e a folha caiu, agora  geada caiu em cima da madeira e tende a secar mais ramos e cair mais fruta" comenta. 

A preocupação do setor é com as previsões climáticas daqui pra frente, que apontam a tendência de mais duas massas de ar frio nas próximas semanas. É importante destacar que assim como o café, a produção de citrus no Brasil também já estava parcialmente comprometida em decorrência da seca severa que atinge todo o Centro-Sul do Brasil desde o ano passado. 

 

Geada laranja 30072021 (5)
Geada laranja 30072021 (4)

 

Laranja Geada (2)
Geada laranja 30072021 (3)

 CANA-DE-AÇÚCAR 

Áreas produtoras de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil receberam a terceira sequência de geadas nesta madrugada de sexta-feira (30), inclusive com registro de temperaturas negativas, ampliando as preocupações do setor em relação à safra 2021/22.

"Sem dúvida alguma, essa geada na nossa região foi mais severa que as últimas. Tá tudo branco por aqui", disse ao Notícias Agrícolas nesta manhã Paulo Junqueira, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, principal região de cana do país.

 

Geada na região de Ribeirão Preto - Foto Redes sociais (1)
DESTACÃO

 
TRIGO 

Os produtores paranaenses confirmaram a animação inicial com a safra de inverno e plantaram 5% mais áreas de trigo do que a atingido na safra passada, com crescimento destaque para a região Sul do estado. Depois do plantio, o estado já passou por geadas que atingiram as lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento. 

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, as geadas do final de junho não tiveram impacto nas lavouras, as de 19/20 de julho atingiram 1% da área que já estava com espigas expostas, mas as ocorrências desta semana encontraram 27% das lavouras em estágio mais suscetíveis aos danos.

Leia mais:

+ Geadas chegam ao Paraná com 27% do trigo em estágio suscetível ao dano

FEIJÃO 

Na região de Holambra/SP o frio atingiu o feijão recém plantado. De acordo com Marcelo Luders, presidente do Ibraf, os produtores estão começando a iniciar o plantio, fora da janela ideal e sentem os impactos do frio, o que aumenta ainda mais a preocupação com a oferta do grão que de acordo com o presidente já tem estimado uma perda de 300 mil toneladas neste ano, consequência da seca no Centro-Sul do Brasil e de uma redução de área registrada nos últimos anos. 

"Os produtores precisam estar atentos as condições meteorológicas. O professor Molion tem acertado bastante e sempre reforça que essa condição pode ser uma tendência para os próximos dez anos. Muita calma nessa hora para vender e os produtores de Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia precisam lembrar que eles devem abastecer o mercado lá frente e isso nos mostra que não vai ter feijão tão cedo, é preciso ter calma", comenta. 

 

Geada feijão HolambraSP - Envio de Marcelo Luders (2)
Geada feijão HolambraSP - Envio de Marcelo Luders (4)

 

Geada feijão HolambraSP - Envio de Marcelo Luders (5)

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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