La Niña deixa verão mais ameno e antecipa a chegada do frio em Santa Catarina
Dia 19 de março é o último dia do verão no hemisfério Sul, que este ano foi um pouco mais frio que o normal devido à influência do La Niña, inclusive com registros de geada nas regiões mais altas do Planalto Sul Catarinense. O fenômeno ainda persiste no outono e será o responsável pela chegada antecipada do frio: segundo a meteorologista da Epagri/Ciram Gilsânia Cruz, a previsão é de temperatura abaixo da média nos meses de abril e maio.
O La Niña é um fenômeno global que causa resfriamento das águas do Pacífico e gera uma série de mudanças nos padrões de chuva e de temperatura em todo o planeta. Gilsânia explica que neste verão ele favoreceu a chegada de massas de ar frio com intensidade moderada e chuva mais frequente no início da estação em Santa Catarina, fatores que refletiram em temperatura mais baixa durante o dia. O verão também foi marcado por chuva acima da média, muitos temporais e até alagamentos e deslizamentos na Grande Florianópolis e no Litoral Norte.
No verão de 2019/2020 o La Niña não teve atuação e diferentemente de 2021, a estação foi marcada por temperatura próxima da média, março mais quente e uma onda de calor no fim de dezembro. Naquele ano as chuvas também ficaram abaixo da média em boa parte do estado, que teve poucos temporais e agravamento da estiagem em algumas regiões em março.
Previsão para outono de 2021
De acordo com a meteorologista da Epagri/Ciram Laura Rodrigues, no outono de 2021 está prevista a chegada de massas de ar frio mais intensas em Santa Catarina em abril e maio, com formação de geada ampla em diferentes regiões do estado, resultando em temperatura abaixo da média. “Em relação à chuva, a previsão é de totais próximos a abaixo da média climatológica”, diz ela. A estação ainda registra a atuação da La Niña, mas o fenômeno vai perdendo força nos próximos meses.
Laura explica que o outono marca a transição entre o verão e o inverno e nessa estação são comuns veranicos, períodos prolongados de temperatura mais elevada (acima de 30°C), grande amplitude térmicadiária (diferença de temperatura mínima e máxima do ar) e nevoeiros associados à nebulosidade baixa, com redução de visibilidade. “Outra característica marcante na estação é a sensível diminuição do volume de chuva, sobretudo nos meses de abril a junho”, diz ela. Mesmo assim, a meteorologista ressalta que no outono também podem ocorrer chuva forte e volumosa em curto intervalo de tempo, temporais com raios, granizo e ventania, ondas de frio e períodos de estiagem. “Por isso é importante acompanhar a atualização dos avisos meteorológicos diários da Epagri/Ciram”, diz ela.
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