La Niña deve entrar em fase de neutralidade em abril; MetSul alerta para frio antecipado e risco no milho safrinha
Em atualização divulgada nesta quinta-feira (11), a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) indicou aproximadamente 60% de chance de uma transição do La Niña para neutralidade durante a primavera do Hemisfério Norte, ou seja nos meses entre abril e junho, outono no Brasil.
Ainda de acordo com a publicação, o La Niña manteve suas características ativas durante todo o mês de janeiro, refledito por anomalias de temperaturas da superfície do mar abaixo da média que se estendem do oeste ao centro-leste do Oceano Pacífico.
"O consenso do previsor está de acordo com esta transição e, em seguida, prevê uma continuação do ENSO-neutro pelo menos durante o verão no Hemisfério Norte. Em parte, devido à incerteza inerente às previsões feitas nesta época do ano, a previsão para a queda continua dividida (~ 50%) entre La Niña e a combinação das outras duas possibilidades (El Niño e Neutro). Em resumo, há uma chance de ~ 60% de uma transição de La Niña para ENSO-Neutro durante a primavera de 2021 no Hemisfério Norte (abril-junho)", destacou a publicação oficial do NOAA.
A meteorologista Estal Sias, da MetSul explica que o NOAA confirmou que o pico do fenômeno já foi atingindo, conforme era previsto, e que esse processo de neutralidade acontece no Oceano, mas demora mais tempo para ser observado na atmosfera.
Em relação à produção de grãos na região sul do Brasil, que tendem a sofrer mais com a atuação do La Niña, a MetSul alerta que a colheita da soja e principalmente o milho safrinha poderão ser prejudicados com a antecipação do frio, outra característica do fenômeno durante essa fase de transição para neutralidade.
A consultoria chama atenção que em relação aos volumes, já não se espera chuvas abundantes no sul do Brasil durante o outono. "Abril e maio no Rio Grande do Sul são os meses mais secos do ano, com menor média climatológica. Não se espera chuvas abundantes na maior parte do outono", afirma a MetSul.
Destaca ainda para alto risco de geadas antecipadas esse ano. "Quem plantou tarde e quem foi colher até muito tarde, em abril, tem chance de pegar geada. E um alto risco para o milho safrinha no Paraná e em outras regiões do Sul do Brasil para geadas nesse outono", afirma a MetSul.
Estael acrescenta ainda que, na última segunda-feira (8), os modelos apontaram, a água do Oceano Pacífico pode voltar a chamar atenção. "O interessante é que na média da projeção dos modelos para os próximos meses, mantém novamente essa transição acontecendo no outono, mas entre julho, agosto e setembro tem um resfriamento um pouco mais forte. Não chega aos patamares de La Niña, mas é interessante ver a curva. A gente fica em uma neutralidade próximo de um resfriamento nos meses de inverno, mas depois ele decola", finaliza.
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