Chuvas previstas para o RS nos próximos dias são insuficientes para consolidar safra de soja
A partir desta quarta-feira (15) as chuvas voltam ao Rio Grande do Sul e os volumes tendem a ser mais expressivos nas próximas 24 horas. As condições do tempo mudam devido a passagem de uma frente fria vinda do Uruguai. Produtores de Rio Grande do Sul estão enfrentando problemas nas lavouras e já há estimativas expressivas para a perda da soja e do milho devido ao período de estiagem.
Segundo o agrônomo e professor Alencar Júnior Zanon da equipe FieldCrops da Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, para que a quebra de produtividade não aumente em todo o estado, a partir de agora é preciso que as chuvas aconteçam com uma melhor distribuição e com mais regularidade.
Ainda segundo o professor, apesar dos acumulados do último final de semana, ainda é preciso que chova entre 500 e 600 milímetros até o período de colheita, entre março e abril. "É preciso que chova esse volume, pois em janeiro e fevereiro são os meses que determinam a produção de soja no Rio Grande do Sul", destaca o professor.
O modelo Cosmo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que nas próximas 24 horas as chuvas tendem a ser mais expressivas no sul e norte do estado, com precipitações entre 20 e 30 milímetros. Os modelos indicam ainda que ao longo do dia a frente avança e os volumes ficam mais expressivos já na quinta-feira (16) em todo o estado, podendo ser registrados volumes de até 70 milímetros na região central.
Ainda de acordo com Alencar, as chuvas são necessárias para todos os tipos de plantas. Vale lembrar que o produtor rural da região vem enfrentando problemas desde novembro, quando os volumes de chuvas foram expressivos e posteriormente com a falta de água de solo entre dezembro e janeiro. "Cada dia de atraso na época de semeadura, a partir de 4 de novembro, representa perda de 26 kg por hectare por dia e nós tivemos problemas em muitas lavouras, são perdas irreversíveis e não tem o que fazer", destaca.
Veja o mapa de previsão de precipitação para as próximas 48 horas no Rio Grande do Sul:
Fonte: Inmet
A preocupação agora, de acordo com Alencar, é que as previsões não indicam que as chuvas tendem a ser mais regulares e frequentes no estado.
De acordo com os mapas do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), no período entre 15 e 23 de janeiro, são previstos acumulados entre 50 e 60 milímetros, sendo os maiores volumes esperados para a região central do Rio Grande do Sul.
Já o mapa do período entre 23 e 31 de janeiro, indica que as condições avançam e a região deve voltar a ter um período sem chuvas.
Veja o mapa de previsão estendida:
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