Previsões ainda indicam tempo quente e seco e lavouras sofrem no Corn Belt
O clima nos Estados Unidos continua sendo uma grande preocupação para os produtores norte-americanos e também para o mercado internacional de grãos. As mudanças esperadas no quadro climático nos próximos dias, inclusive, já tiram parte da direção dos preços neste início de semana na Bolsa de Chicago.
"Diferentes previsões meteorológicas podem ajudar ou prejudicar as lavouras que já sofrem por um estresse causado por um período difícil de desenvolvimento", explica o analista internacional sênior Bryce Knorr, do portal Farm Futures.
Para os próximos dias, a preocupação maior se dá diante das previsões que indicam em uma parte grande do centro e oeste do Meio-Oeste americano nada mais do que rápidas pancadas de chuvas nesta semana, a qual deverá marcar dias ainda mais quentes, com temperaturas acima da média, mostra o agrometeorologista sênior, Bryce Anderson, do DTN The Progressive Farmer.
"Os maiores acumulados são esperados para o norte do Meio-Oeste e para a região do Delta" no período de 15 a 22 de julho, completa Anderson. Para o mesmo intervalo, o especialista afirma ainda que serão dias de temperaturas acima do normal em todo o centro e leste dos Estados Unidos, região onde as lavouras de milho estão em plena fase de polinização. No sudeste, as médias esperadas devem ficar "bem acima do normal", diz.
Nos mapas atualizados pelo NOAA nesta segunda-feira (15), condições bastante semelhantes, como mostram as imagens na sequência.
Previsão de temperaturas de 18 a 22 de julho nos EUA - Fonte: NOAA
Previsão de chuvas de 18 a 22 de julho nos EUA - Fonte: NOAA
Já para o período de 20 a 26 de junho, os mapas do NOAA já indicam condições de chuvas mais limitadas em todo o Corn Belt, ainda abaixo da média em vários pontos do cinturão, bem como temperaturas ainda acima da média para o período, no entanto, ligeiramente mais amenas do que as do intervalo anterior.
Previsão de temperaturas de 20 a 26 de julho nos EUA - Fonte: NOAA
Previsão de chuvas de 20 a 26 de julho nos EUA - Fonte: NOAA
"Julho já caminha para o ser o primeiro mês mais quente do que o normal para o Meio-Oeste desde dezemebro", lembra a especialista da Reuters Internacional Karen Braun. Em algumas imagens, ela mostra que os efeitos das adversidades climáticas sobre as lavouras norte-americanas já têm se mostrada com bastante clareza na medida em que se desenvolvem.
As fotos são deste domingo (14) e mostram campos no estado de Illinois. "Os efeitos da umidade e das necessidades de replantio são visíveis em ambos os campos. As partes boas, de fato, parecem "boas", mas a desuniformidade, provavelmente, causará uma produtividade abaixo da média no milho e, talvez, próximo dela na soja", diz Karen em sua conta no Twitter.
Na última sexta-feira, outras imagens de lavouras em Illinois, enviadas ao Notícias Agrícolas pelo diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso, que está rodando pelo Corn Belt em um tour de safra, mostrou as dificuldade que vêm sendo enfrentadas pelas lavouras norte-americanas.
RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DE SAFRAS DO USDA
Nesta segunda-feira, às 17h (horário de Brasília), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras e as expectativas do mercado, diante das condições de clima nada favoráveis até este momento, são de que o índice de lavouras de soja e milho seja, mais uma vez, reduzido.
Para a soja, se espera algo entre 51% e 52%, contra 53% da semana anterior e 67,2 de média dos últimos cinco anos. Já para o milho, a projeção é de algo entre 55% e 56%, enquanto na semana passada eram 57% dos campos em bom estado. A média das útlimas cinco safras, para o cereal, é de 71,4%.
"Depois de um começo frio e úmido para a temporada, um pouco de calor e clima seco não foi a pior previsão para milho e soja na semana passada. Mas, com pouca chuva no coração do Meio-Oeste, alguns campos estão perdendo ainda mais qualidade, segundo relatam produtores", informa o Farm Futures.
Ainda segundo o site internacional, as lavouras de soja são as que apresentam mais problemas agora, com uma desuniformidade de desenvolvimento em diversos pontos das regiões produtoras muito expressiva e que preocupa. No milho, o atraso também chama a atenção, e com expectativa de rendimentos bem abaixo da média porém, de forma menos intensa do que vem sendo observado na oleaginosa agora.
"O tempo seco com temperaturas mais altas desde o final de junho foi muito favorável as lavouras, mas neste momento está faltando chuvas em áreas importantes como Iowa e parte de Illinois, com o milho enrolando as folhas no período da tarde. As chuvas para Iowa e Illinois são necessárias e urgentes, pois são as áreas que não foram tão afetadas pelas grandes chuvas de maio e junho", explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Ainda segundo informações apuradas pela Labhoro, a ligeira melhora esperada para a próxima semana é bastante importante. "Os modelos climáticos mostram mudanças nos padrões climáticos dos EUA na próxima semana, com temperaturas mais baixas, que seriam bem-vindas pelas safras que se encontram em estado de polinização. A mudança climática ainda é incerta em relação as chuvas".
1 comentário
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Gilberto Rossetto Brianorte - MT
EUA confirma quebra de 8 milhões toneladas de soja, e o mercado cai. Previsões indicam seca, e o mercado cai. Aí fica difícil de entender!!! Será que quando tudo ocorrer bem lá e tiverem uma super-safra, o preço vai melhorar?
Só mesmo o USDA para bagunçar o mercado
Aqui no Brasil, temos a CONAB... Lá "NOS UNIDÔ" , temos o USDA... ... TAMÔ F#$**!!!