Tempo: Plantio da safra de verão se aproxima com tendências climáticas adversas no Brasil central
Os mapas estendidos do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, trazem uma preocupação para a safra de verão. Não há no radar, pelo menos pelos próximos 15 dias, altos acumulados previstos para o Brasil central.
Essa condição causa preocupação uma vez que o vazio sanitário da soja termina no final da primeira quinzena de setembro nos principais estados produtores do Brasil e é quando o plantio começa. Mas, sem boas condições de umidade no solo, os trabalhos podem ser prejudicados.
Segundo Morgana Almeida, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), uma frente fria deve avançar com força suficiente para empurrar a intensa massa de ar seco que atua sobre o Brasil central. Os volumes, no entanto, não deve ser tão expressivos.
Veja o mapa com a precipitação acumulada para o período de 03 de agosto até 19 de setembro:
Fonte: National Centers for Environmental Prediction/NOAA
No mapa do centro do NOAA é possível ver claramente a previsão de volume praticamente zerado de chuva sobre o Brasil central no período de 3 a 11 de setembro. As precipitações ficam mais concentradas sobre a região Sul, mas ainda com baixos volumes acumulados. De 11 a 19 de setembro, mais chuvas aparecem no radar.
Nesse período, a maior parte dos estados produtores da safra de verão já estarão próximos ou poderão iniciar os trabalhos de plantio. No entanto, as chuvas podem atrapalhar os trabalhos ou os meses serem atrasados em decorrência dos baixos volumes acumulados no solo. Vale ressaltar que essas previsões estendidas ainda podem ter mudanças.
De acordo com o mapa de precipitação acumulada do Inmet, nos últimos 30 dias, baixos volumes de chuva foram registrados na maior parte da região central. Os acumulados mais expressivos ficaram concentrados sobre as extremidades do país, principalmente sobre as regiões Sul e Norte do Brasil.
Veja o mapa das áreas com precipitação acumulada nos últimos 30 dias:
Fonte: Inmet
Ontem (02) choveu em diversas áreas do Sul, inclusive com algumas cidades liderando os acumulados diários máximos do país. Bons volumes de chuva também foram registrados no Mato Grosso do Sul. Os maiores volumes são: Sete Quedas (MS): 55,2 milímetros, Ponta Porã (MS): 4,2 mm, Itaquirai (MS): 26,0 mm, Juti (MS): 24,6 mm e Rio Brilhante (MS): 20,4 mm.
Balanço de agosto e tendências para setembro
Segundo informações da Somar Meteorologia, o mês de agosto terminou com chuvas abaixo do normal no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no sul do Paraná. Também choveu menos do que a média para o mês no litoral Leste do Nordeste e entre Roraima e Amapá. Para setembro, as previsões ainda são bastante incertas.
"A tendência é de que ainda tenhamos aquecimento nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, mesmo que de forma modesta. Assim, a chuva da primavera – que começa em 23 de setembro às 22h54min hora de Brasília – será irregular em boa parte do Brasil, disse a empresa meteorológica.
As simulações atualizadas da Somar indicam que a chuva deve ficar abaixo da média no mês de setembro em boa parte das Regiões Sul, Sudeste, Leste e Norte do Nordeste e no centro e Sul de Mato Grosso do Sul. Outras áreas oscilam entre o normal a ligeiramente acima do normal.
O mapa de anomalias de precipitação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o trimestre (agosto, setembro e outubro), mostra a tendência de chuvas dentro da normalidade a ligeiramente abaixo do normal em grande parte do Centro-Oeste, acompanhado de temperaturas médias acima do normal climatológica, devido a permanência de massa de ar seco e quente, principalmente nos meses de agosto e setembro.
A mesma condição vale para áreas da região Sudeste. Enquanto que em localidades do Sul, Norte e Nordeste, a tendência aponta para chuvas dentro da normalidade em relação aos últimos anos a levemente acima. As médias climatológicas trimestrais de precipitação total e também de temperatura média do modelo climático do Inmet têm como referência o período de 1981 a 2010.
Veja o mapa de previsão de anomalias de precipitação nos próximos meses em todo o Brasil:
Fonte: Inmet
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