Paraná volta a ter alerta de geadas, mas Deral vê pouco impacto em milho e trigo
SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná, segundo maior produtor de grãos do Brasil, voltou a ter alertas de geadas nesta semana, mas não são esperados prejuízos às lavouras de milho, cuja colheita começa a engrenar, ou às de trigo, em fase final de plantio, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
Estão previstas geadas de intensidade moderada na porção sul do Estado nas próximas 72 horas, enquanto outras mais fracas tendem a atingir a área central, segundo boletim do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
A previsão eleva as preocupações sobre a produção do país como um todo, que tende a cair consideravelmente ante a do ano passado por "impactos climáticos", disse mais cedo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mas para o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, essas geadas, caso se concretizem, não devem afetar as principais lavouras de milho do Estado.
"A geada prevista, de forma moderada, pega o sul do Paraná, onde não tem muito milho. Já a geada de intensidade fraca pega o centro e o oeste, mas não deve ser significativa e impactar a produção de forma adversa, até porque uma parcela maior (das plantações) já está em maturação", destacou Gervásio.
Até o momento, apenas 3 por cento da segunda safra de milho do Paraná foi colhida, contra cerca de 8 por cento há um ano. O atraso reflete um plantio tardio, mas as atividades começam a ganhar força e tendem a superar os 10 por cento até a próxima semana, caso o tempo de agora realmente não atrapalhe, disse o analista.
Em sua mais recente estimativa, o Deral projetou uma colheita de 9,4 milhões de toneladas de milho na "safrinha" 2017/18, bem aquém dos cerca de 12 milhões potencialmente esperados anteriormente.
TRIGO
Com relação ao trigo, as geadas também não devem atingir as regiões onde se concentram as lavouras nem ser fortes o suficientes para causar danos, afirmou Carlos Hugo Godinho, analista do Deral.
O plantio de trigo no Estado, o principal produtor brasileiro do cereal, já está praticamente encerrado, com 99 por cento do total. Mais de 80 por cento das lavouras estão em condição considerada "boa".
A previsão do órgão é de uma produção de 3,36 milhões de toneladas de trigo em 2018, um aumento de 50 por cento ante uma produção quebrada por problemas climáticos no ano passado.
Conforme Godinho, a colheita tende a começar em cerca de um mês.
(Por José Roberto Gomes)
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