Clima: La Niña está configurado e com chances de impactos para safra de verão no Brasil em 2018

Publicado em 10/11/2017 10:03

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O La Niña está confirmado. Com probabilidade elevada para até 75%, é esperado que o fenômeno perdure até meados de fevereiro a abril de 2018, inverno no Hemisfério Norte e verão e outono no Brasil. A informação é do Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês). Os reflexos com esse sistema podem ser diversos em todo mundo, com atenção para a safra brasileira na região Sul.

Com as temperaturas das águas do Oceano Pacífico Equatorial mais frias, o La Niña clássico provocaria, no Brasil, um volume menor, em média, de chuvas para o Sul do país, com atenção para as culturas de verão. Mas traria boas condições para o Centro-Norte e Nordeste. Essas condições previstas, no entanto, são a longo prazo, segundo o professor Expedito Rebello, coordenador geral do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico, em comparação com a média. As áreas azuis são mais frias do que a média, enquanto as áreas laranja são mais quentes do que a média (Foto: The Climate Prediction Center/NOAA)
Temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico, em comparação com a média. As áreas azuis são mais frias do que a média, enquanto as áreas laranja são mais quentes do que a média (Foto: The Climate Prediction Center/NOAA)

"Com a ocorrência do La Niña, para a região Norte do Brasil, as chances são de chuvas acima da média nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Para grande parte do Nordeste, esse fenômeno apresenta, em média, boas chuvas. Vale ressaltar a região enfrenta seis anos seguidos de seca. Para o Centro-Oeste e Sudeste, podemos ter todo tipo de fenômeno, como estão mais na área central do país. E no Sul, pode haver ter falta de chuva ou intensificação de veranico", explica Expedito Rebello.

Essa condição para a região Sul do Brasil demanda atenção, uma vez que pode afetar a produção das culturas de verão no início do ano, como soja e milho que estão em plantio e serão colhidas nos próximos meses. "Essa divulgação confirma o que o Inmet já vinha dizendo desde agosto", afirma Rebello.

O La Niña é causado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e, em outras localidades ao redor do globo também pode incitar mudanças climáticas. Como o aumento das chuvas no Sudeste Asiático e Austrália. Para os Estados Unidos, o NOAA disse que a perspectiva favorece temperaturas acima da média e precipitação abaixo da média em toda a parte Sul do país, enquanto a parte Norte do país poderia ver temperaturas abaixo da média e acima da precipitação mediana.

Típicos impactos do La Niña no inverno em toda a América do Norte (Foto: The Climate Prediction Center/NOAA)
Típicos impactos do La Niña no inverno em toda a América do Norte (Foto: The Climate Prediction Center/NOAA)

Paralelamente, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o meteorologista do Inmet salientou que os efeitos do La Niña podem ser distorcidos por outro sistema que altera as temperaturas das águas no Atlântico Norte, pelo menos em um primeiro momento. Tanto é que os modelos de tendências para o clima apontam um dezembro com chuvas abaixo da média no Matopiba e parte de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Por isso, é preciso seguir monitorando os dados e mapas climáticos.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • JAIRO AUGUSTO RAIZI Iracema do Oeste - PR

    Aqui no médio-oeste do PR (Iracema do Oeste, PR) consideramos que a soja de um modo geral está em 60% com boas condições, 20% razoável e 20% ruim, isto numa mesma área de plantio. Técnicos consideram que o fator responsável está sendo o clima...., mesmo com chuvas em boas condições... porém a disparidade de temperaturas, choque térmicos e umidades excessivas, influenciam no crescimento, causando determinados aparecimentos de fungos, sendo citado a macrophomina, além da falta de rotação de cultura, e plantios/colheitas sendo realizadas em meio terra úmida, compactando assim o solo. Diante da tal situação analiso minha realidade: "Solo corrigido, adubação complementar com chorumes de suíno, sementes com analises de boa germinação e vigor, plantio efetuado em condições excelente com ótima emergencial de plantas. Com a vinda de chuvas severas, começam a aparecer as disparidades no seu desenvolvimento, e isto está acontecendo em toda a nossa região. Dai surge o questionamento: tanto investimentos, principalmente em tecnologias caras (sementes fiscalizadas, adubação de base, tratamentos fúngicos etc) para um resultados de início frustrante... "Seria a Natureza educando o ser humano?, "pois se não mudarmos por amor, mudarás pela dor", com diz Ana Maria Primavezi, Dr. em Agroecologia " Na vida nada é cientificamente comprovado, pois, a ciência hoje diz algo e amanhã é ultrapassado, porém, a Natureza na dimensão do seu criador, está sim é sábia".

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    • R Jaraguá do Sul - SC

      Amigo Jairo não desanime... a vida do agricultor nunca foi fácil e creio que nunca será... concordo com seu questionamento no sentido de que mesmo fazendo tudo certo, mesmo investindo de forma inteligente podemos ter frustrações com o resultado.

      O fato é que existem inúmeras outras variáveis as quais não temos gestão, e não para desanimar por causa disso. Creio que é correto afirmar que uma boa plantação PODERÁ trazer bons resultados porém plantar mal CERTAMENTE terá mal resultado.

      Não desanime Jairo, continue firme e certamente será gratificado com bons resultados.

      Abraço, fique com Deus.

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Jairo, a situação das lavouras no PR piorou muito de sábado para cá. A quantidade de reboleiras de soja morrendo é assustadora. Tem muita lavoura que já tem indicação de replantio. Bateu o desespero em muita gente. O milho safrinha está cobrando a fatura. Não existe rotação de cultura, não existe plantio direto na palha. Lavouras plantadas em aveia estão normais.

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Venho batendo nessa tecla faz tempo..., se fizer rotação e colher 10 sacas a mais se consegue R$ 600,00.., para se obter o mesmo valor com milho é preciso 30 sacas... e para conseguir essas 30 sacas de milho safrinha....

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    • JAIRO AUGUSTO RAIZI Iracema do Oeste - PR

      O Agronegócio é cada vez mais apaixonante diante das tecnologias que vem nos oferecendo, porém, menos mão de obra, mais investimentos nos induzindo a aumento de áreas plantadas (apropriação ou arrendamentos), muito corre corre nos momentos de plantio ou colheita, menos lucro para o produtor e mais lucros para as patentes. O nosso País tão imenso e existem inúmeras vocações agrícolas, porém, devemos unirmos para que os patenteadores não nos sufoquem.

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  • Lucas Freitas São Paulo - SP

    Eu não sabia que poderia ter la niña de novo esse ano, eu achei que poderia demorar mais...

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    • Eduardo Rocha de Moraes Santo Angelo - RS

      Lucas, tem muita conversa fiada a esse respeito, quem esta falando fala por interesse, entao nao dá pra acreditar nessas conversas... há pouco participei de uma palestra com um conceituado meteorologista de SP e, segundo ele, o sistema de formação de chuva não aponta nada de La Niña..., as águas do Pacifico e Atlantico teriam que baixar muito a temperatura pra isso acontecer.

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  • Eduardo Ferraz Pacheco de Castro Cuiabá - MT

    Parabéns ao dr. Molion que, mais uma vez, acertou em sua previsão de La Niña quando outros previam neutralidade...

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