Argentina: o desafio de produzir em zonas inundadas

Publicado em 23/01/2017 08:32

As intermináveis chuvas das últimas semanas geraram sérios problemas nas empresas agropecuárias da Zona Núcleo da Argentina, cuja solução depende do grau de dano da superfície. Segundo o consultor Julio Lieutier, que trabalha em campos do norte de Buenos Aires, os que se encontram em pior situação são os pequenos produtores, com 100% de suas terras inundadas.

No outro extremo, há quem tenha de 10% a 20% da sua superfície afetada, com algumas partes perdidas. "Em alguns casos, o deterioramento dos cultivos de plantio precoce é baixo e pode chegar a ser compensado com um rendimento superior na zona não afetada. Porém, todos os cultivos de segunda etapa de plantio e os plantios tardios são os que sofrem as maiores perdas", diz o técnico.

Em outras áreas da zona núcleo situadas mais ao norte aparece outra categoria: os que possuem uma porcentagem alta de superfície plantada que foi afetada, tanto de primeira etapa quanto de segunda etapa de plantio, com perspectivas de śérias perdas econômicas se o tempo continuar jogando contra.

Muitas perguntas

Os produtores pequenos muito inundados possuem uma perspectiva preocupante. O objetivo prioritário é recuperar o capital enterrado nesta safra com a menor perda possível e poder encarar a seguinte. Só terão saída com créditos brandos, outorgados por entidades que compreendam a gravidade da situação.

"Os que possuem um baixo grau de dano poderão recuperar as perdas com o plantio de trigo", projeta Lieutier. Os que possuem maior grau de dano devem considerar várias questões. A primeira é que, frente as previsões de La Niña fraco, ocorreu algo muito pior do que um El Niño na zona. Então, o que pode ocorrer no momento da colheita de uma safra tão imprevisível em termos climáticos?

A segunda questão é ver como fica o campo depois da colheita e analisar se será possível o plantio da safra de inverno, que apoiaria o fluxo de fundos em um ano longo. A terceira é como conseguir novo capital operativo para enfrentar as dificuldades e pagar a dívida da presente safra.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
La Nación

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