Padrão chuvoso não muda e lavouras começam a apresentar sinais de perdas
Realmente essa primeira quinzena de julho está bastante atípica. A presença da frente fria sobre a região Sudeste mantêm o tempo fechado e chuvoso não só sobre toda a região, mais também sobre todo o Centro-oeste. E no Sul uma nova frente fria já é responsável por provocar chuvas, nessa manhã de quarta-feira sobre o Rio Grande do Sul. Julho até pode ocorrer uma ou outra chuva, só que sempre é passageira e de fraca intensidade nos municípios do Sudeste e Centro-oeste. Chuvas nessa época do ano, apenas no Sul do Brasil e quando muito, no extremo sul do Mato Grosso do Sul. Só que devido a influência do El Niño e também por conta de que as aguas do Atlântico estão mais quentes do que o normal em toda faixa litorânea do Brasil, as frentes frias estão conseguindo avançar com maior facilidade sobre o Sudeste e daí, mantendo esse padrão, que mais parece de verão (chuvoso e porque não falar “invernada”).
E por causa desses fatores, não só essa semana será marcada por chuvas mas toda a semana que vem, ainda haverá chuvas, principalmente no Sudeste. E diferentemente do que ocorreu no inverno passado, os maiores volumes de chuvas estão ocorrendo sobre o Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, pois em 2014, observava-se esse padrão sobre o Rio Grande do Sul. Se ainda ocorrerão chuvas nesses próximos dias, os trabalhos de campo, como colheita, plantio e realização os tratos culturais serão afetados, gerando atrasos e provocando perdas regionalizadas de produtividade e de qualidade. A concentração de ATR em plantas de cana de açúcar já começa a diminuir e isso acarretará uma redução na produção de açúcar e etanol. Grãos chuvados no café; Qualidade das fibras de algodão menor; grãos ardidos no milho safrinha e uma maior proliferação de doenças nas hortaliças. Além de afetar a finalização do plantio do trigo, o que irá resultar num diminuição da área plantada esse ano. O bom, se é que posso dizer isso, a presença dessas frentes frias está impedindo o avanço das massas de ar polar e assim, não há riscos para ocorrência de geadas para esses próximos 15 dias.
Agora, nos Estados Unidos, as chuvas começam a dar uma trégua e mesmo que os modelos de previsão sinalizem chuvas para esses próximos 10 dias, o impacto delas serão mínimos sobre o desenvolvimento das lavouras de soja, milho, trigo e algodão. Ou seja, os percentuais de lavouras em condições ruins e muito ruins não deverão se elevar tanto nessas próximas 2 semanas. Mantendo, portanto, os patamares de hoje – 9% de lavouras em condições ruins e muito ruins na soja e 8% no milho. Porém, os modelos indicam que a segunda quinzena de julho deverá ser mais chuvosa do que essa primeira, podendo ainda manter as condições não tão favoráveis ao pleno desenvolvimento das lavouras. O mercado climático ainda se manterá em alta nesse mês.
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