Exportação de carne bovina declinou 20% em março, carne suína fecha em alta de 17% no mesmo período
Um trimestre agitado para o comércio exterior no que se refere à exportação de carne bovina e suína. A carne bovina no mês de março teve uma queda de 20% em relação à mesma época do ano passado, esse fato ocorreu pelo impacto da suspensão temporária das exportações para a China. A receita com as exportações no mês de março foi de US$ 709,4 milhões, 37% abaixo da registrada no ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Frigorificos.
A venda da carne bovina para a China foi suspensa no dia 22 de fevereiro deste ano, retomando a normalidade no dia 23 de março, seguindo os protocolos da vigilância sanitária chinesa. De janeiro a março de 2023, os preços caíram 15,3%, ante igual período do ano passado.
De acordo com levantamento realizado pelo DataFolha, 67% da população brasileira reduziram o consumo de carne vermelha. O consumo de frango, porco e outros tipos de carnes tiveram também redução.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, essa variação tem explicação no mercado. “Essa variação nos valores tem ligação com a própria oferta e a demanda. Quando consideramos que tivemos um embargo do nosso principal mercado comprador, a China, pensamos que tínhamos uma oferta represada que está agora refletindo no valor. Além disso, o aumento da produção e a diminuição dos custos de produção também podem explicar esse movimento”, explicou.
Já a carne suína , alcançou no primeiro trimestre resultados expressivos: a soma de 274,8 mil toneladas, 15,7% acima do que foi registrado no ano passado, só a China importou 109,6 mil toneladas entre janeiro e março, o que se dá 25,6% a mais do ano anterior. O aumento da exportação da carne suína, ocorreu por causa dos novos embarques para o México, com esse recente mercado aberto acabou ocorrendo um aumento na exportação de produtos de frigoríficos.
O executivo também afirmou que a variação de valores não impacta a nossa balança comercial. “A variação do valor interno não afetará as nossas exportações, que ainda tem uma previsão de aumento em 2023. Algo que pode ser amplificado, ainda mais, com a viagem do presidente Lula para a Ásia e Oriente Médio”, explicou o executivo.
O consumidor brasileiro migrou o seu consumo de carne bovina que era de 35Kg e caiu para 24kg/ano, para a carne suína que aumentou para 18kg/ano. Uma substituição devido ao preço do produto nas prateleiras.
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