Boi, suíno e frango: desempenho em março e no primeiro trimestre de 2021
Caso apresentassem o comportamento sazonal típico, frango e suíno estariam encerrando o primeiro trimestre de 2021 com as menores cotações do ano, enquanto o boi em pé manteria a mesma estabilidade de preços vinda do primeiro bimestre.
Porém, no mês, apenas o suíno seguiu a marcha tradicional: está fechando março com uma redução de 6,5% em relação ao mês anterior e uma cotação que corresponde ao menor valor do ano.
O boi em pé, por seu turno, fugiu à estabilidade sazonal costumeira, apresentando valorização superior a 3%. Mas apenas porque o mercado externo vem garantindo demanda e bons preços à carne bovina.
Porém, quem aparentemente registrou melhor desempenho no mês foi o frango vivo. Porque, em vez de recuar a um dos menores valores do ano (como aponta a curva de preços dos últimos 21 anos), chega ao final de março com ganho de quase 5% sobre fevereiro e a melhor cotação do trimestre.
É forçoso reconhecer, no entanto, que a valorização obtida – empurrada, essencialmente, pela competitividade da carne de frango frente à carne bovina – não responde às necessidades do setor, pois os custos de produção continuam evoluindo com muito maior velocidade que os preços recebidos.
Ressalta-se, a propósito, que em relação a março de 2020 o frango vivo obteve valorização de 43%, enquanto suas matérias-primas básicas aumentaram muito mais: o milho, 56%; o farelo de soja, praticamente 80%.
E as mesmas disparidades se repetem quando o primeiro trimestre de 2021 é comparado a idêntico período do ano passado. Na média deste ano, o milho aumentou 67% e o farelo de soja mais de 110%, enquanto o ganho do frango não chega a 40%.
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