Abrafrigo pede que SRI cumpra protocolo assinado com a China
A Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) está solicitando a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o cancelamento da teleconferência marcada para o próximo dia 6 com representantes do governo chinês, e que daria sequência a negociação para a habilitação de novas plantas de frigoríficos para exportar carne bovina para aquele mercado. Segundo a entidade, é preciso se esclarecer o surgimento de uma nova exigência de que as plantas já sejam exportadores para a União Europeia para que sejam habilitadas.
“A entidade reafirma a sua absoluta confiança na Ministra, bem como em todo o corpo técnico do Ministério da Agricultura, mas entende que o equívoco que está sendo cometido pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) não pode e nem deve seguir adiante”, diz Péricles Salazar, Presidente Executivo da ABRAFRIGO. A exigência não consta no protocolo assinando há quatro anos entre o governo chinês e o governo brasileiro e que estabeleceu os parâmetros técnicos e sanitários para a habilitação e também não há nenhum documento oficial chinês exigindo isso.
“Não se pode admitir que a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do MAPA, devido a um simples telefonema, mude toda uma negociação que se arrasta há meses”, argumenta Péricles Salazar, Presidente Executivo da ABRAFRIGO.
“Com essa exigência a concentração da exportação para o mercado chinês será espantosa. A JBS que hoje já é responsável por 75% das vendas de carne bovina para a China vai passar a responder por 80%”, acrescenta o Presidente da ABRAFRIGO. Segundo ele, com esta medida a SRI está reeditando a política de “campeões nacionais” adotada nos governos Lula e Dilma e há pelo menos quatro anos a União Europeia não faz novas habilitações de frigoríficos brasileiros e há 15 anos não promove extensão territorial dos estados exportadores.
“Então nós acreditamos que isso não é parâmetro para se afirmar que os que exportam para a Europa sejam melhores ou piores do que os demais. Essa linha de conduta fere frontalmente o protocolo técnico e sanitário vigente e este assunto está sendo acompanhado pelo setor industrial pelos produtores rurais, políticos e representantes dos estados produtores que vão ficar de fora injustamente, diante do novo critério estabelecido em última hora pela SRI”, explicou o dirigente.
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