Minerva espera que Brasil retome exportações de carne bovina aos EUA no 1º tri de 2018

Publicado em 28/11/2017 14:50 e atualizado em 28/11/2017 15:22

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SÃO PAULO (Reuters) - A processadora de carnes Minerva, a quarta maior em vendas no Brasil entra as companhias listadas em bolsa, espera que o país retome as exportações de carne bovina in natura aos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2018, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da companhia, Fernando Galletti.

Os Estados Unidos suspenderam a importação de carne bovina in natura do Brasil em junho após um alto percentual de carregamentos serem barrados nas verificações de segurança do Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês). O órgão disse que a suspensão permanecerá até que medidas corretivas sejam adotadas.

Falando no intervalo de uma conferência promovida pela Minerva, Galletti disse a jornalistas que sua previsão se baseia em conversas com o governo.

"Essa é a expectativa que estamos ouvindo do Ministério da Agricultura", disse ele, acrescentando que a companhia conversa com o governo por meio de uma associação de empresas processadoras de carne.

Galletti disse que a companhia está pronta para retomar o fornecimento de carne in natura aos EUA quando a suspensão for retirada.

O ministério não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Desde o início do ano, produtores locais de carne enfrentam uma série de desafios, inclusive a operação Carne Fraca, que fechou temporariamente mercados para a exportação do Brasil, e um escândalo de corrupção que afetou a JBS, maior processadora de carnes do mundo.

SUSPENSÃO RUSSA

Na semana passada, a indústria recebeu um novo golpe quando a Rússia impôs uma suspensão temporária sobre as carnes bovina e suína do Brasil.

A proibição forçou a Minerva, que responde por 7 a 8 por cento do comércio global de carne bovina, a abastecer a Rússia a partir de plantas fora do Brasil, disse Galletti, acrescentando que a situação continua inalterada. A Minerva está atendendo à demanda russa por meio de suas outras unidades no bloco comercial do Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

A América do Sul deverá tornar-se o principal centro produtor de carne bovina do mundo devido a vantagens de custo de produtores locais, segundo a Minerva, que expandiu sua presença regional fora do Brasil este ano, comprando plantas da JBS no Mercosul, em uma aquisição de 300 milhões de dólares.

Galletti não quis dar um cronograma para a reabertura de três dos abatedouros que comprou da JBS na Argentina, mas disse que isso não afetaria a capacidade da Minerva de atingir previsões de receita líquida anual entre 13 bilhões e 14,4 bilhões de reais.

As ações da Minerva caíram 3,65 por cento até agora no ano, registrando desempenho melhor ante rivais maiores, como JBS, que caiu 30 por cento na mesma comparação, e BRF, que recuou 18 por cento.

Ainda assim, a Minerva está atrás da Marfrig, a terceira maior processadora de carne listada do Brasil, cujas ações subiram quase 6 por cento até aqui em 2017.

(Por Ana Mano)

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Fonte:
Reuters

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